“Esta guerra não deve terminar com um banho de sangue, mas através de acordos”, declarou Jan Egeland, conselheiro do mediador da ONU para a Síria, num encontro com a imprensa em Genebra.
“São precisas negociações, são precisos acordos”, insistiu, exortando os três países garantes das negociações de Astana — Rússia, Irão e Turquia — mas também os países ocidentais e os do Golfo a encontraram soluções, quando as forças do regime sírio começaram a bombardear posições rebeldes e ‘jihadistas’ em Idleb para um assalto à província.
Egeland disse esperar que “os melhores diplomatas e os melhores emissários militares queiram sentar-se e discutir a melhor maneira de evitar um banho de sangue de civis”.
O Presidente sírio, Bashar al-Assad, advertiu recentemente que aquela província constitui uma das prioridades do seu exército.
Situada ao longo da fronteira com a Turquia, a província de Idleb tem cerca de 2,5 milhões de habitantes, entre os quais dezenas de milhares de rebeldes e de civis transferidos em massa a partir de bastiões de rebeldes reocupados pelo regime após sangrentas ofensivas.
As tropas sírias recuperaram vastas zonas do país nos últimos meses com a ajuda do aliado russo, que negociou uma série de acordos de rendição com os rebeldes.
Egeland lamentou o facto daqueles acordos obedecerem a uma “lógica militar e não humanitária”, sublinhando que “as famílias tiveram de deixar a sua terra, a sua casa, a propriedade dos seus antepassados sem saber se regressarão”.
Assinalou que “a grande maioria dos grupos armados no noroeste não integram a lista dos terroristas”, defendendo que “deveria ser possível realizar acordos no noroeste”.
A situação em Idleb é “má atualmente”, mas “poderia ser cem vezes pior”, considerou Egeland, apelando por outro lado à Turquia para deixar as fronteiras abertas em caso de afluxo de refugiados sírios.
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