A cerimónia decorreu, pela primeira vez, sem símbolos religiosos, tal como aconteceu na tomada de posse de Sanchéz no passado sábado.

Os presidentes do Congresso, do Senado, do Tribunal Constitucional e do Supremo Tribunal estiveram presentes no Salão de Audiências na tomada de posse do novo governo que, na história de Espanha, regista o maior número de mulheres.

A nova ministra da Justiça, Dolores Delgado, foi a primeira a prestar juramento perante um exemplar da Constituição.

Pedro Sanchéz torna-se chefe do governo na sequência da queda do governo do Partido Popular chefiado por Mariano Rajoy que foi alvo de uma moção de censura votada na passada sexta-feira. O PSOE apresentou a moção de censura na sequência da sentença do Caso Gurterl que condenou um ex-tesoureiro do PP e o próprio partido como instituição.

A queda do executivo de Mariano Rajoy, que esteve seis anos à frente dos destinos de Espanha, é provocada depois de vários ex-membros do PP terem sido condenados a penas de prisão por terem participado num esquema de corrupção, que ficou conhecido como caso "Gürtel", que também beneficiou esse partido.

O PP também foi condenado ao pagamento de uma multa por ter beneficiado desse esquema fraudulento. Rajoy nunca foi envolvido diretamente no caso Gurtel, mas os seus cargos de responsabilidade no PP levaram os opositores a acusá-lo de ter "fechado os olhos" ao esquema.

O empresário Francisco Correa, considerado o “cérebro” do “caso Gurtel”, foi condenado a mais de 52 anos de prisão e Luis Barcenas, o ex-tesoureiro do PP, a 33 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de quatro milhões de euros.

Durante o julgamento, Francisco Correa explicou um esquema em que entregava “envelopes” com dinheiro a funcionários públicos e responsáveis políticos eleitos pelo PP, para ajudarem certas empresas “amigas” a ganharem contratos de direito público.

Na sequência da saída queda do Governo, Rajoy anunciou que se irá afastar da liderança do PP e pondera igualmente retirar-se da vida política.