A juíza desembargadora Fátima Galante é uma dos 13 arguidos neste caso, que envolve, entre outros, o juiz Rui Rangel, o presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares, e ainda João Rodrigues, advogado e ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol.

Fátima Galante viu o juiz de instrução criminal decretar-lhe como medidas de coação a suspensão de funções e a proibição de contactos com determinados arguidos, uma decisão que foi agora revogada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

A notícia da decisão do Supremo tinha sido divulgada no fim de semana pelos jornais Sol e I.

Em declarações à Lusa, Paulo Sá e Cunha, advogado de Fátima Galante, confirmou que foi notificado da decisão do STJ, mas que o regresso a funções da juíza depende do trânsito em julgado desta decisão.

Segundo Paulo Sá e Cunha, o Ministério Público pode agora reclamar ou pedir uma aclaração da decisão do STJ.

O advogado explicou ainda que o STJ considerou que os crimes que são imputados a Fátima Galante, a terem sido cometidos, não o foram no exercício das suas funções de juíza.

A operação Lex, que teve origem numa certidão extraída da Operação Rota do Atlântico, investiga suspeitas de crimes de tráfico de influência, de corrupção/recebimento indevido de vantagem, branqueamento e fraude fiscal.

Foi desencadeada a 30 de janeiro e envolveu mais 33 buscas, das quais 20 domiciliárias, acompanhadas por José Souto de Moura, juiz conselheiro e antigo procurador-geral da República.

O Estádio da Luz, as casas do presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, de dois juízes (Rui Rangel e Fátima Galante) e três escritórios de advogados foram alguns dos alvos.

No rol de arguidos estão também outros advogados e uma ex-companheira de Rui Rangel.