O que é a Operação Mais Valia?

Em causa estão suspeitas dos crimes de recebimento indevido de vantagem, corrupção, participação económica em negócio e fraude fiscal. As buscas de hoje estão relacionadas com a venda da antiga sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em 2018, na rua Alexandre Herculano, em Lisboa, por mais de onze milhões de euros, adiantou a Polícia Judiciária (PJ).

PJ avançou que, durante a investigação, “foram identificadas um conjunto de situações passíveis de integrarem condutas ilícitas relacionadas, sobretudo, com a intermediação da venda” do edifício em questão.

Foram cumpridos 20 mandados de busca em casas, uma instituição bancária e sociedades de advogados localizados nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém.

A investigação, que teve início em 2021, está a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e vai continuar “com a análise à prova agora recolhida e com os competentes exames e perícias”.

Arguidos

O antigo deputado do PS António Gameiro e o antigo secretário-geral da FPF Paulo Lourenço são os dois arguidos constituídos na Operação Mais Valia, para já.

Ao lado do novo líder do Comité Olímpico de Portugal (COP), Fernando Gomes, o diretor nacional da PJ, Luís Neves, esteve no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, à margem da tomada de posse de Gomes como presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) e confirmou que o agora líder da COP e o antigo diretor-geral Tiago Craveiro não são arguidos na operação.

A resposta da Federação Portuguesa de Futebol

A FPF é agora liderada por Pedro Proença, que em fevereiro deste ano sucedeu a Fernando Gomes, presidente nos últimos 13 anos e agora líder do COP.

Em comunicado, “a direção da FPF foi surpreendida com a realização de buscas por parte de elementos da PJ, no âmbito de um processo que envolve a investigação de negócios relativos a anteriores mandatos, nomeadamente aos anos entre 2016 e 2020”, pode ler-se na nota divulgada.

A federação promete ser “totalmente inflexível na defesa dos interesses da instituição” e vai intensificar as medidas de auditoria entretanto iniciadas, em 17 de março, e vai constituir-se assistente em quaisquer processos judiciais que sejam desencadeados pela investigação da Operação Mais Valia.

“A FPF irá até às últimas consequências face a qualquer prática ilícita ou criminal que venha a ser apurada e agirá de forma absolutamente intransigente relativamente a todas e quaisquer pessoas que tenham lesado os seus interesses”, acrescentam.