"O que posso referir é que me congratulo por finalmente termos a acusação, como podia ter sido o arquivamento. O importante é que a fase de inquérito tivesse acabado. Foi muito tempo, provavelmente de forma justificada pelas diversas démarches, nomeadamente internacionais, mas estava a causar alguma perturbação naquilo que é o olhar do cidadão", declarou à agência Lusa.
Guilherme Figueiredo referiu ainda que o processo será "muito longo".
"É evidente que um processo destes, com o número de arguidos, número de prova e número de testemunhas que com certeza virá a ter, é um processo que vai demorar imenso tempo, imenso tempo", afirmou.
O bastonário disse que é importante que as pessoas acusadas tenham agora "acesso a tudo e a possibilidade de contestar", explicando que também será reposto "de forma mais forte o princípio da presunção de inocência".
"A circunstância de o processo não ter sido partido faz parte de uma estratégia da acusação. Será um processo longo, não tenhamos ilusões quanto a isso, mas o facto de ter aparecido a acusação remete o cidadão para uma confiança no sistema. Era necessário o encerramento do inquérito", salientou.
O Ministério Público acusou hoje o antigo primeiro-ministro José Sócrates de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e três crimes de fraude fiscal qualificada e Carlos Santos Silva por corrupção passiva de titular de cargo político, corrupção ativa de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documento, fraude fiscal e fraude fiscal qualificada.
Ricardo Salgado está acusado de corrupção ativa de titular de cargo político, corrupção ativa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada, enquanto o antigo presidente da PT Zeinal Bava foi acusado por corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.
Henrique Granadeiro, ex-administrador da PT, está acusado de corrupção passiva, branqueamento de capitais, peculato, abuso de confiança e fraude fiscal qualificada e Armando Vara foi acusado de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.
Na 'Operação Marquês' estão acusados 28 arguidos, 19 pessoas e nove empresas, num total de 188 crimes.
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