“Queremos sublinhar [que] reivindicamos o direito de as pessoas protestarem e que [Nicolás] Maduro tem de entender que ele é o problema. [Para] o início de tudo o que significa uma mudança no país, tem de deixar o poder e permitir que haja eleições livres na Venezuela”, disse o deputado opositor Júlio Borges, na conferência de imprensa de hoje da MUD.
Segundo o líder do partido Primeiro Justiça, a Venezuela está num “momento de emergência” em que a “salvação” é conseguir, através do voto e da Constituição, que o “Governo abandone o poder de maneira imediata, para que a destruição do país não piore a cada segundo”.
“Trata-se de um Governo absolutamente torpe na gestão económica, destrutivo e cujo único propósito é manter-se no poder a qualquer preço. Por isso, não lhes importa [ao Governo] se as pessoas tiverem de morrer de fome ou deixar o país”, disse.
A oposição venezuelana questiona os recentes anúncios económicos do Chefe de Estado, nomeadamente a decisão de tirar de circulação as notas de 100 bolívares (0,15 euros), sem antes distribuir novas notas, de valores mais altos, que deveriam estar a circular desde 15 de dezembro.
O pedido para que o Chefe de Estado se demita tem lugar depois de uma reunião de representantes de vários partidos da oposição, durante a qual foi analisada a situação de violência ocorrida nos últimos dias no país, depois do anúncio de que as notas de cem bolívares deixariam de ter validade.
“Nicolás, além de roubar o dinheiro do povo, está-lhe roubando o Natal e o futuro, castigando com força os mais pobres, os reformados, os camponeses e os comerciantes”, disse o dirigente da oposição.
“Nós, da Unidade [MUD], queremos dizer ao povo venezuelano que estamos a dar a cara, a organizar-nos e a fortalecermo-nos (…), e que o [nosso] compromisso é lutar o tempo que for necessário, para conseguirmos uma saída eleitoral”, disse Júlio Borges.
A oposição pôs ainda em causa a realização da “marcha anti-golpe”, no sábado, em Caracas, convocada pelo Governo, e acusou Nicolás Maduro de “gastar o dinheiro do povo” para “mostrar um apoio popular que não tem”, que “teve de comprar” e de “obrigar os empregados públicos a marchar na capital”
A oposição disse ainda que vários dirigentes da MUD foram detidos em várias regiões da Venezuela, e estão a ser perseguidos pelos Serviços Bolivarianos de Inteligência Nacional (a polícia política Sebin), por estarem nas ruas “acompanhando os venezuelanos neste momento”.
Entre os detidos, precisou, estão o deputado Luís Lippa, os autarcas e políticos Carlos Andrés Garcia, Ramón Olivares e Rubén Salazar.
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