"Vamos avançar em todos os terrenos de luta. Temos o legítimo direito de construir as capacidades e alianças internacionais necessárias para proteger e defender o povo e a nossa soberania. Cumpridos os passos requeridos, a Assembleia Nacional da Venezuela aprovará o TIAR", sigla do mecanismo também conhecido como Tratado do Rio, anunciou na sua conta do Twitter.

Segundo Juan Guaidó, depois de aprovado o TIAR os venezuelanos terão "que construir o apoio dos demais países da região para este mecanismo cuja aprovação final passará pela Organização dos Estados Americanos".

"O nosso desafio é mobilizar e aumentar a pressão dentro e fora da Venezuela, para conseguir o nosso objetivo", explica.

Segundo o presidente do parlamento (onde a oposição detém a maioria), "Já não há espaço para a dúvida, ficou muito claro para o mundo que a Venezuela vive uma ditadura".

"Por isso, assumo a minha responsabilidade nas ações que vamos liderar em todos os mecanismos que estamos a acionar, como parte de uma só estratégia, para conquistar a mudança", afirmou.

O líder da oposição ao regime do Presidente Nicolas Maduro sublinha que "a transição é irreversível" na Venezuela, mas explica que "não existem soluções mágicas".

"Tanto o TIAR como os demais mecanismos que usaremos, requererão aumentar a pressão interna e externa. Estarmos unidos é indispensável para conseguir os apoios que necessitemos e garantir o seu êxito", afirmou.

O Tratado Interamericano de Assistência Recíproca ou Tratado de Rio, é um pacto de defesa mútua interamericano, assinado a 2 de setembro de 1947 no Rio de Janeiro e que entrou em vigor a 12 de março de 1948.

Fazem parte do TIAR Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Trinidad e Tobago, Bahamas e o Canadá.

Fizeram parte do TIAR mas depois retiraram-se o México, Cuba, Nicarágua, Bolívia e o Equador.

O Governo venezuelano retirou a Venezuela do TIAR, em junho de 2012, mas em finais de abril último (2019) o parlamento da Venezuela aprovou iniciar um processo de adesão.

A crise político-económica e social da Venezuela agravou-se em janeiro último, quando o opositor Juan Guaidó jurou assumir as funções de presidente interino do país, e lutar por uma transição e eleições livres e democráticas no país.

Mais de quatro milhões de venezuelanos deixaram o país, fugindo á crise, nos últimos cinco anos.