“Na Europa há preços determinados pela guerra. A guerra não se formou apenas nas frentes, mas também na economia, através da luta por energia e por preços suportáveis”, disse Orbán, no seu discurso semanal na rádio pública húngara.

“Vai haver uma recessão”, afirmou o primeiro-ministro húngaro, lembrando que os preços da eletricidade multiplicaram por cinco e os preços do gás por seis.

Face a esta situação, “o mais importante é que em Bruxelas se apercebam que cometeram um erro. As sanções têm o efeito contrário”, defendeu.

O primeiro-ministro húngaro, conhecido como o melhor aliado do Presidente russo, Vladimir Putin, na UE, sempre criticou as sanções, embora tenha dado a sua aprovação aos primeiros seis pacotes de medidas.

“Já tinha dito que a Europa deu um tiro no próprio pé [ao impor as sanções], mas agora digo que deu um tiro no pulmão e precisa de ar”, criticou Orbán.

O primeiro-ministro concluiu que as sanções não ajudam a Ucrânia e afetam negativamente os países da UE, concluiu.

O Governo húngaro anunciou esta semana um estado de emergência energética, que implica a adoção de uma série de medidas, entre as quais o aumento do preço a pagar pelo gás e pela eletricidade para as famílias particulares que usam mais energia do que a média.

O pacote anunciado também inclui o aumento da extração de gás e lenhita (carvão mineral) e o aumento da produção de carvão na zona de Mátra.

A invasão da Rússia à Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.