“O orçamento que hoje é apresentado é um orçamento que está quase encostado às pretensões do Partido Socialista, há pouquíssimas diferenças, quase nenhumas e, portanto, o Governo fez o seu dever de aproximar posições, de negociar, fazer cedências”, disse Manuel Castro Almeida.
O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, que falava aos jornalistas à margem da cerimónia inaugural da cimeira aeronáutica Portugal Air Summit, que decorrerá até sábado no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, referiu ainda que o Governo tinha a “obrigação” de negociar o orçamento e “foi o que o Governo fez”.
“O Governo cumpriu o seu dever e agora vamos ver como é que a oposição vai votar, aguardamos serenamente pela decisão do parlamento, o parlamento é soberano e vamos esperar pelas posições dos diferentes partidos”, acrescentou.
Em relação ao OE2025 para os territórios de baixa densidade, Manuel Castro Almeida recordou que essas zonas beneficiam “mais do que o resto do país” dos fundos europeus, estando o Governo a preparar legislação para “reforçar ainda mais” o peso da baixa densidade nos fundos europeus.
”Os investimentos que venham a ser feitos em territórios de baixa densidade, nas zonas do interior, vão ser bastante mais financiados do que se o mesmo investimento fosse feito numa zona do litoral, numa região de alta densidade”, disse.
Em relação à cimeira aeronáutica Portugal Air Summit, que está a decorrer em Ponte de Sor, o governante considerou tratar-se de um evento que valoriza os territórios de baixa densidade.
“Mostra que, a ideia de que o interior está destinado a ser o mundo rural apenas, é uma ideia falsa, é possível um município do interior estar no topo da tecnologia e isso é a razão que nos faz pensar que a ambição é decisiva para o desenvolvimento do país”, disse.
“Um município do interior não tem de se resignar à pobreza, não tem de se resignar a ser um celeiro de Portugal, pode ser também um mundo de ideias, de ambição, de criatividade, tecnologia, de inovação”, acrescentou.
Para Manuel Castro Almeida, o Portugal Air Summit faz com que Ponte de Sor esteja nesta altura “no centro do mundo” da aeronáutica.
Na cerimónia de abertura do Portugal Air Summit, o presidente da Câmara de Ponte de Sor, Hugo Hilário, falou sobre a evolução do evento, revelando que em 2017, na primeira edição da cimeira, contaram com “cerca de 65 expositores” e na edição deste ano estão presentes “mais de uma centena” de expositores ligados ao setor da aeronáutica.
“Nas primeiras conferências, em 2017, participaram cerca de 70 oradores, na última edição foram 203. O número de visitantes também duplicou, na primeira edição 12 mil pessoas visitaram o nosso aeródromo e, em 2022, foram quase 24 mil pessoas”, sublinhou.
Para Hugo Hilário, o que é ainda “mais importante e determinante” é o impacto económico da iniciativa.
“Em sete edições passamos de volume de negócios gerados de cerca de cinco a 10 milhões de euros por edição para 150 milhões de euros na edição de 2022”, disse.
O Portugal Air Summit vai decorrer até domingo no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor, sob o tema ‘Flying 4 Change’.
O evento é promovido pelo município em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Ponte de Sor (ACIPS) e tem como objetivo servir de “debate e inovação” para o setor, reunindo especialistas, decisores e entusiastas nesta área.
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