Apresentado à Assembleia Municipal numa moção que partiu dos sociais-democratas, o tema mereceu a unanimidade dos restantes partidos aí representados e expressa o interesse destes em ver devolvida ao concelho as oito freguesias que o constituíam antes de a reforma administrativa de 2012 reduzir o território a apenas cinco.

"A proposta prevê que sejam promovidas todas as ações que se mostrem necessárias e adequadas no sentido de reverter totalmente o processo de agregação decorrente da Reforma Administrativa de 2012", informou à agência Lusa fonte do PSD.

Na base da proposta está o argumento de que o mapa do concelho foi redesenhado "contra a vontade das populações e das forças políticas locais" que, em outubro de 2012, também tinham sido unânimes em pronunciar-se contra a imposição do Governo de Pedro Passos Coelho, alegando que a integridade do município era "indissociável das partes que o constituem".

"A agregação das quatro freguesias sob a gestão de um único executivo corresponde a um real e efetivo afastamento entre autarcas e fregueses, e não veio traduzir-se em ganhos de eficiência e de escala, nem resultou na melhoria na prestação de serviços públicos", acrescentou a fonte do PSD.

As estruturas locais dos outros partidos também querem reverter o processo, tendo apoiado a moção dos sociais-democratas segundo a qual as medidas a adotar deverão ser encetadas "por todos os grupos municipais que integram a Assembleia".

Ainda segundo a mesma fonte, a bancada social-democrata desafiou BE, CDU e CDS a serem consequentes com os seus programas eleitorais, mas apelou particularmente ao PS no sentido de lembrar ao primeiro-ministro, o socialista António Costa, que este se comprometeu a reverter a agregação assim que o seu Governo tomasse posse e, três anos decorridos sobre as legislativas de 2015, isso ainda se verificou.

Já o PS de Ovar realçou que o PSD local "está arrependido de ter apoiado a extinção das freguesias de Arada, Ovar, São João e São Vicente", e que a moção agora aprovada "não é mais do que uma tentativa de contrição daqueles que foram os únicos responsáveis pela extinção das freguesias do concelho".

Na sua página na rede social Facebook, os socialistas defendem que "os deputados do PSD têm hoje noção de que erraram quando contribuíram para a reforma administrativa".

“Ela continua a não merecer o acolhimento da nossa população e só não trouxe maior prejuízo porque o executivo [PS] da União das Freguesias vem há cinco anos a fazer um esforço enorme” para que a população continue “a ter acesso aos serviços que tinham, com a mesma proximidade e com a mesma qualidade", acrescenta o PS.

Para os socialistas, a preservação desse vínculo à comunidade só foi possível porque a junta "manteve abertos os balcões de atendimento nas quatro freguesias [agregadas]" e tem ainda mais valor considerando que a Câmara Municipal, que “tanto diz que defende as oito freguesias do concelho, na prática trata de forma escandalosamente desigual a população de Arada, Ovar, São João e São Vicente quando lhes atribuiu um apoio financeiro extraordinário equivalente a cerca de um terço da verba que confere a Cortegaça, a Esmoriz, a Maceda e a Válega".

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