"Hoje o país respira de alívio, acabou a crispação, o conflito permanente entre órgãos de soberania e a violação permanente da constituição e voltámos à normalidade, conseguimos um clima de tranquilidade social", afirmou António Costa no tradicional jantar do 5 de Outubro dos socialistas em Alenquer, distrito de Lisboa, com cerca de 400 militantes e simpatizantes.
O socialista atribuiu a mudança do país às medidas aplicadas pelo seu executivo e nas quais "há um ano muitos não acreditariam".
"Não íamos ter este feriado, porque não era possível restabelecê-lo; o corte da sobretaxa de IRS [Imposto sobre o Rendimento Singular] não ia acontecer porque não era possível eliminá-la; os pensionistas não iriam ver as suas pensões repostas e seria necessário fazer um novo corte de 600 milhões de euros nas pensões; os funcionários públicos iriam continuar com os seus vencimentos cortados; não era possível baixar a taxa máxima do IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis] ou não iríamos conseguir reduzir o défice. Pois tudo isto foi possível", exemplificou.
Questionado sobre as declarações feitas na quarta-feira pelo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que disse que o Governo “ganhou o totoloto" e tem dinheiro, António Costa respondeu que "o desemprego baixou de 12,6% para 10,9% e o investimento privado aumentou 7,7% no primeiro semestre deste ano".
"Há um ano tínhamos quatro milhões de euros de fundos comunitários entregues às empresas e hoje temos mais de 300 milhões de euros", continuou.
Quanto ao défice, António Costa apontou que "pela primeira vez em 42 anos Portugal terá um défice abaixo dos 3%", ao contrário do que previu hoje o Fundo Monetário Internacional, e foi mais longe, afirmando que o país deverá encerrar o ano com "um défice abaixo dos 2,7% que a Comissão Europeia prevê e abaixo dos 2,5% que a comissão exige".
"Iremos cumprir pela primeira vez o objetivo do défice", sublinhou.
Portugal terá o pior défice orçamental da zona euro em 2021, de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo estimativas divulgadas hoje pelo Fundo Monetário Internacional, que continua a duvidar que o défice fique abaixo dos 3% este ano, mas também no próximo.
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