“Os dois a trabalhar no computador e as crianças aos berros é que não”, afirmou, numa videoconferência promovida pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, no âmbito do ciclo de conversas digitais “O país que se segue”.
Não sendo possível um dos progenitores deixar de trabalhar ou passar a trabalhar a tempo parcial, Maria do Céu Machado advogou, como alternativa, que o casal opte por trabalhar em “horários desfasados”, para evitar a ansiedade e o sentimento de “dupla frustração” no cumprimento dos seus deveres como pais e como profissionais.
“Tratar de crianças pequenas e responder às solicitações do trabalho dá angústia, a de ser um péssimo pai ou mãe e a de serem péssimos no trabalho por não responderem às solicitações do patrão, da empresa…”, sustentou Maria do Céu Machado, na videoconferência em que foi a única participante e que teve como tema as ”Crianças e adolescentes fechados em casa”.
Por causa da pandemia da covid-19, Portugal tem as creches e escolas fechadas, com o ensino a fazer-se à distância, e generalizou o recurso ao teletrabalho.
O país, em estado de emergência até pelo menos 17 de abril, com confinamento social generalizado, regista 567 mortos e 17.448 casos de infeção confirmados, de acordo com o balanço hoje divulgado pela Direção-Geral da Saúde.
Dos infetados, 1.227 estão internados, 218 dos quais em unidades de cuidados intensivos, havendo 347 doentes que recuperaram desde que a doença respiratória aguda, declarada como pandemia, foi diagnosticada no país, em 02 de março.
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