O presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou na quinta-feira a saída dos EUA do Acordo de Paris relativo às alterações climáticas e que está preparado para negociar um novo tratado.

Em comunicado, o PAN “considera que a oficialização da saída do Acordo de Paris se reveste de uma cegueira ideológica da parte da presidência dos EUA” e critica que “os argumentos apresentados pelo presidente Donald Trump estão claramente ligados a interesses de indústrias preestabelecidas e obsoletas”.

“Em oposição a esta ideologia, o PAN vê neste momento uma excelente oportunidade para Portugal e a Europa se afirmarem como líderes na terceira revolução industrial e na transição para uma economia baseada em carbono 0, totalmente assente em energias limpas e renováveis”, sugere.

Na opinião do partido – que no parlamento é representado pelo deputado único André Silva – “perante esta unilateralidade ideológica, o Governo português deve repensar o seu posicionamento em relação ao estabelecimento de acordos comerciais dentro do seio da União Europeia com os Estados Unidos da América”.

Não querendo que seja colocado em risco a aliança política transatlântica, o PAN defende ser urgente que “Portugal abandone o apoio ao Acordo de Comércio e Investimento (TTIP), enviando uma clara mensagem de que, sem as bases ecológicas do Tratado de Paris, nenhum acordo internacional pode fruir entre blocos transatlânticos”.

O PAN defende que o Governo português, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, promova “junto da embaixada dos EUA a manifestação do desagrado nacional por esta atitude unilateral e meramente discursiva” e reforce o compromisso nacional e europeu na manutenção do Acordo Climático de Paris, “sem quaisquer possibilidades de revisão”.

“A União Europeia não pode continuar a negociar um Tratado Transatlântico com os EUA quando não há uma base de acordo em relação à sustentabilidade ambiental e ao combate às Alterações Climáticas”, enfatiza André Silva.

Concluído em 12 de dezembro de 2015 na capital francesa, assinado por 195 países e já ratificado por 147, o acordo entrou formalmente em vigor em 04 de novembro de 2016, e visa limitar a subida da temperatura mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.

Portugal ratificou o acordo de Paris em 30 de setembro de 2016, tornando-se o quinto país da União Europeia a fazê-lo e o 61.º do mundo.

O acordo histórico teve como “arquitetos” centrais os Estados Unidos, então sob a presidência de Barack Obama, e a China, e a questão dividiu a recente cimeira do G7 na Sicília, com todos os líderes a reafirmarem o seu compromisso em relação ao acordo, com a exceção de Donald Trump.