“Pelos vistos trata-se de uma aliança entre PSD e Chega, caberá a Luís Montenegro vir dizer se se comprova, ou não, a existência desse acordo”, disse Inês Sousa Real, reagindo a declarações proferidas na segunda-feira pelo líder do Chega.

Na segunda-feira, em entrevista à RTP, André Ventura disse que os partidos de direita têm de dizer se estão disponíveis para “criar um entendimento” caso alcancem maioria nas eleições legislativas com vista a formar um governo estável.

Ventura indicou que há dirigentes do PSD que “se têm feito ouvir” publicamente, lançando os nomes de Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas, Ângelo Correia e Rui Gomes da Silva.

“Nós fazemos este ano 50 anos em que se assinala o 25 de Abril não podemos amanhecer no dia 11 de março, no pós-ato eleitoral sem ser num Estado democrático”, disse Inês Sousa Real, considerando que o país “não pode estar refém de alianças populistas e antidemocráticas porque não são elas que resolvem os problemas que o país enfrenta”.

Inês Sousa Real disse não estar surpreendida com um eventual acordo entre o Chega e a Aliança Democrática, que junta PSD, CDS e PPM, afirmando: “Isto não nos surpreende, até porque André Ventura já tinha dito, até em tom de ameaça velada a Luís Montenegro, que quisesse ou não, teria um acordo com o PSD.

A porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza falava no final de um encontro com o presidente da Confederação de Desporto de Portugal, Daniel Monteiro, no Estádio Nacional, em Oeiras, na qual “foram debatidas um conjunto de preocupações transversais comuns”.

Inês Sousa Real defendeu a necessidade de um maior investimento ao nível do desporto e a inclusão ao desporto como disciplina obrigatória, e a aposta no desporto como ferramenta de “promoção e prevenção da saúde”.

A porta-voz do PAN alertou ainda para a necessidade de apoiar o desporto de alta-competição e de valorizar o estatuto do dirigente desportivo.

Aos jornalistas, na segunda-feira à noite, em Portalegre, o presidente do Chega foi questionado se os sociais-democratas que mencionou na entrevista à RTP lhe transmitiram uma posição diretamente e respondeu que não.

“O que eu disse hoje numa entrevista à RTP foi que alguma destas pessoas, inclusivamente já várias figuras importantes do PSD, disseram que Luís Montenegro tinha de encontrar uma solução”, afirmou.

Instando a indicar quem lhe transmitiu essa informação, o líder do Chega escusou-se a fazê-lo: “Se não disse na altura, não vou dizer agora”.

“É a evidência de que o PSD não deixará, quando eu chamei as forças vivas, e alguns até já o disseram publicamente, não deixará que o PS governe por causa de um capricho de Luís Montenegro”, argumentou.