“Após um período de austeridade, de um esforço enorme por parte dos portugueses, esta legislatura fica marcada pela reposição de rendimentos, por uma maior normalidade na vida dos portugueses, por uma menor crispação, por um clima económico e de confiança diferente daqueles que tínhamos tido”, afirmou, em declarações à agência Lusa sobre os últimos quatro anos, o deputado do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN).

O deputado elogiou ainda, como ponto positivo, a “situação governativa inédita”, de acordo entre PS, PCP, BE e PEV no apoio ao Governo minoritário socialista, dado que “vários partidos que não tinham pensado em coligar-se conseguirem dar uma maioria governativa estável ao país durante esta legislatura”.

“Do ponto de vista do sistema democrático e do amadurecimento no nosso sistema democrático, considero isto mesmo extremamente positivo, porque sai-se da dicotomia governos PS-PSD. Foi um passo fundamental”, concluiu, a propósito da situação do país, a poucos dias do debate do estado da nação, no parlamento, agendado para 10 de julho.

O momento negativo destes quatro anos foi, segundo disse, os incêndios florestais de 2017, em especial o de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, pelos “custos enormes, custos humanos são sempre uma tragédia” e “o flagelo também sobre os ecossistemas”.

Questionado se a agenda do partido deixou alguma marca política nos últimos quatro anos de legislatura, André Silva afirma que sim, mais pelo debate e reflexão que provocou do que pelas medidas e leis aprovadas.

Para o parlamentar do PAN, “a marca foi essa mesma”, de “fazer política de uma outra forma, de se debater também de uma outra forma”, trazendo “matérias ambientais”, acrescentando: “Basta ver agora a tentativa de todos os partidos para serem ‘verdes’ e para terem uma narrativa ambientalista. Isto é muito fruto também do trabalho e da ação do PAN.”

Nas legislativas de 2015, o partido Pessoas-Animais-Natureza obteve 75 mil votos (1,39%) e elegeu um deputado à Assembleia da República pelo círculo de Lisboa.