A líder do Pessoas-Animais-Natureza reagiu assim à declaração do primeiro-ministro que disse hoje que Portugal vai contar, nos próximos sete anos, com "o dobro" de fundos comunitários para investimento, considerando que esta "é uma oportunidade única" que não pode ser desperdiçada.

“Portugal não tem sido um bom aluno em matéria de execução dos fundos, e se António Costa diz que esta é uma oportunidade única é bom que tenha presente que isso significa que Portugal tem que executar, ao contrário de outros contratos plurianuais em que já tivemos que devolver dinheiro a Bruxelas, porque não executámos”, referiu Inês Sousa Real.

A porta-voz do PAN falava durante uma visita à Pateira de Requeixo, em Aveiro, acompanhada de Manuel Oliveira e Sousa, o candidato à Câmara de Aveiro pela coligação Viva’Aveiro, que junta o PS e o PAN.

Inês Sousa Real assinalou que é preciso garantir que a ‘bazuca’ europeia “não se desperdiça em investimentos que são mais do mesmo, e que vão parar às mãos das grandes empresas", ao invés de garantir o desenvolvimento de Portugal e das populações.

No seu entender, Portugal tem de ser “mais ambicioso”, em matéria ambiental, porque no último quadro plurianual foi gasto "apenas cerca de 7,2%, quando a meta teria sido pelo menos 20%”.

“Não podemos de facto desperdiçar esta transição que é absolutamente fundamental ser feita para o país, até para garantirmos que tornamos o país mais resiliente, não só a crises sócio-económicas como estamos a viver como conseguimos apostar na coesão territorial e na diminuição das assimetrias regionais que temos vivido”, observou.

Relativamente à Pateira de Requeixo, Inês Sousa Real disse que é fundamental haver “um programa sério” para combater a praga dos jacintos-de-água que constitui um dos problemas ambientais mais preocupantes desta lagoa.

“É preciso ter um programa sério que garanta a remoção dos jacintos, sob pena de termos uma lagoa menos viva e menos oxigenada, tendo em conta até a importância que os rios, as ribeiras e as lagoas têm para o combate às alterações climáticas”, assinalou, defendendo que deve existir "um maior compromisso" por parte da autarquia para, em articulação com o poder central, "se preservar esta zona única".