“A paz não se constrói com armas, mas através da escuta paciente, do diálogo e da cooperação, que continuam a ser o único meio digno da pessoa humana para resolver as diferenças”, lê-se numa mensagem assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin.

Na mensagem, dirigida aos participantes do Fórum da Paz de Paris, que decorre entre hoje e sábado, o líder da Igreja católica apelou ainda ao desarmamento gradual, mas total, pedindo que a produção destes “instrumentos de morte e destruição” seja repensada.

O papa espera que o Fórum da Paz contribua para a construção de um mundo mais justo e pacífico, mesmo perante um contexto global desfavorável, pedindo que os compromissos assumidos “fomentem um diálogo sincero”.

A construção da paz é “um processo lento e paciente, que exige coragem e compromisso prático […]. A paz duradoura constrói-se dia-a-dia, através do reconhecimento, do respeito e da promoção da dignidade da pessoa humana e dos seus direitos fundamentais”, acrescentou.

A propósito do 75.º aniversário da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Francisco notou que ainda persiste uma lacuna entre os compromissos assumidos e a realidade.

“Quantas pessoas, incluindo crianças, estão privadas do direito fundamental e primário à vida e à integridade física e mental como resultado da hostilidade entre os diferentes grupos ou países? Quantas pessoas estão privadas dos direitos mais básicos, em consequência de conflitos, como o direito à água potável e à alimentação saudável, mas também o direito à liberdade de religião, à saúde, à habitação digna, à educação de qualidade e ao trabalho digno?”, questionou.

O papa Francisco vincou também que nenhuma guerra vale a morte de um único ser humano ou o desespero dos que foram obrigados a deixar a sua terra natal.