“Sonhamos a Igreja portuguesa como um porto seguro, para quem enfrenta as travessias, os naufrágios e as tempestades da vida”, afirmou Francisco na homilia das Vésperas (oração ao entardecer) com bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas, seminaristas e agentes pastorais, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, onde hoje chegou para presidir à Jornada Mundial da Juventude.

Na sua segunda intervenção no país, esta centrada na vida interna da Igreja, e na qual citou Fernando Pessoa, Francisco referiu-se a uma passagem do Evangelho relativa à pesca e ao mar, ocupação dos primeiros discípulos de Jesus, defendendo, como uma das opções, que os membros da Igreja devem ser “pescadores de homens”.

Reconhecendo que “não faltam trevas na sociedade atual, inclusive aqui em Portugal”, Francisco apontou a incerteza, a precariedade, sobretudo a económica, a pobreza de amizade social e a falta de esperança.

“A nós, como Igreja, cabe a tarefa de submergirmos nas águas deste mar, lançando a rede do Evangelho, sem acusar, mas levando às pessoas do nosso tempo uma proposta de vida”, prosseguiu, observando a necessidade de o levar “a uma sociedade multicultural, (…) às situações de precariedade e pobreza, que aumentam, sobretudo entre os jovens”, onde é frágil a família e se encontram feridas as relações ou onde “reinam o desânimo e o fatalismo”.