Mandela, que passou 27 anos na prisão antes de se tornar o primeiro presidente da jovem democracia sul-africana, e a rainha Isabel II, que morreu esta quinta-feira aos 96 anos, mantiveram uma amizade próxima, explica a Fundação Mandela em nota.

"Eles falavam com frequência ao telefone, chamavam-se pelos respetivos nomes, em sinal de respeito e afeto mútuos", afirma o texto.

"Como ele mesmo disse, Nelson Mandela era um anglófilo e, nos anos que se seguiram à sua libertação, cultivou um vínculo estreito com a rainha", acrescentou.

O líder sul-africano, que morreu em 2013, aos 95 anos, também deu à soberana o apelido de "Motlalepula", que significa "chegada com a chuva". Em uma visita de Estado em 1995, "Isabel" chegou ao mesmo tempo que chuvas torrenciais "como há muito não se viam" na ex-colónia britânica, explicou Mandela dois anos depois em um banquete em homenagem ao então príncipe Charles, hoje monarca.

Durante os últimos anos da sua vida, Madiba (o nome do clã de Mandela) divertia-se a perguntar ironicamente a todos os britânicos ou pessoas que voltavam do Reino Unido: 'Você conheceu a rainha?', antes de explicar suas próprias histórias com a soberana.

A fundação junta-se às demonstrações de dor ao redor do mundo para dizer "'hamba kahle' (vá em paz) à rainha".