O acordo foi aprovado por ampla maioria, com 567 votos a favor, 65 contra e 31 abstenções, durante a sessão plenária que decorre em Estrasburgo, e poderá assim entrar finalmente em vigor, embora algumas das suas disposições sejam aplicadas a título provisório, enquanto decorre a ratificação pelos parlamentos dos Estados-membros.
Os eurodeputados votaram, em paralelo, uma resolução na qual apelam ao respeito pelos direitos humanos na ilha, e o acordo com Cuba contém uma cláusula que permite a suspensão do acordo em caso de violação das disposições nessa matéria, a questão que colocou UE e Cuba de “costas voltadas” durante décadas.
Na resolução aprovada em plenário, os eurodeputados não apelam expressamente ao levantamento do embargo dos Estados Unidos a Cuba, mas manifestam a sua “oposição às leis e medidas de efeito extraterritorial, uma vez que prejudicam a população cubana”.
O acordo de diálogo político e de cooperação UE-Cuba, que começou a ser negociado em 2014, foi assinado a 12 de dezembro de 2016, ao mesmo tempo que o Conselho (Estados-membros) derrogou a “posição comum” da UE que desde 1996 impedia uma relação normal, devido à questão dos direitos humanos na ilha.
O acordo tem por base três capítulos sobre diálogo político, cooperação e diálogo político setorial, incluindo ainda uma parte sobre comércio e cooperação comercial.
O capítulo sobre diálogo político prevê que as partes estabeleçam um diálogo sobre questões como os direitos humanos, as armas de pequeno calibre e o desarmamento, a migração, a droga, a luta contra o terrorismo e o desenvolvimento sustentável.
O capítulo sobre a cooperação e o diálogo político setorial inclui domínios como os direitos humanos, a governação, a justiça, a sociedade civil, o desenvolvimento económico e social, o ambiente e a cooperação regional, especificando, em cada caso, uma lista pormenorizada de domínios de cooperação.
Por fim, a parte sobre comércio e cooperação comercial trata dos princípios gerais do comércio internacional e abrange a cooperação aduaneira, a facilitação do comércio, as regras e normas técnicas, o comércio sustentável e o investimento.
Cuba era o único país latino-americano sem um acordo deste género com a UE.
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