A ex-ministra do Trabalho, que tomará posse em 10 de maio, recebeu 137 votos, enquanto o candidato da oposição, o economista Péter Róna, conquistou 51 dos 188 votos emitidos. O Parlamento húngaro tem no total 199 lugares.

Na votação de hoje, Katalin Novák teve o apoio do partido Fidesz, ao qual pertence, assim como o primeiro-ministro húngaro. O partido tem 133 lugares no Parlamento.

Como ministra da Família do Governo de Viktor Orbán, Novák era a peça central da defesa de uma visão tradicional da família e tentou colocar fim ao declínio demográfico no país.

“Nós, mulheres, criamos filhos, cuidamos dos doentes, cozinhamos, podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo, ganhar a vida, ensinar, ganhar prémios Nobel”, disse Katalin Novák, durante um discurso antes da votação de hoje.

“Conhecemos o poder das palavras, mas podemos ficar em silêncio e ouvir quando necessário, e defender as nossas famílias se o perigo ameaçar”, acrescentou.

A eleição de Katalin Novák é considerada importante devido ao facto de ser leal a Viktor Orbán, partilhando com o líder do Governo ideias conservadoras.

Mas, se a oposição vencer as eleições gerais de 03 de abril, o novo Governo terá de conviver durante cinco anos com uma chefe de Estado que, apesar de ter poderes executivos limitados, pode atrapalhar o seu trabalho.

Além de ser a primeira mulher a ocupar o cargo, Novák, de 44 anos, é a pessoa mais jovem a ser Presidente do país.

Estas foram as oitavas eleições presidenciais desde a queda da ditadura comunista em 1989 e, até agora, apenas dois políticos foram reeleitos: Árpád Göncz (eleito em 1990 e 1995) e o atual Presidente, János Áder (eleito em 2012 e 2017).

Eleito por um período de cinco anos, o Presidente é o mais alto cargo da República húngara, mas, ao mesmo tempo, é de natureza eminentemente representativa e cerimonial, com poderes limitados, embora possa bloquear temporariamente a aprovação de leis ou convocar referendos.

Isso significa que o Presidente só pode vetar uma lei uma vez: se o Parlamento a aprovar novamente, o chefe de Estado deve assiná-la e publicá-la.

O Presidente é também responsável pela convocação das eleições, é o comandante das forças armadas e nomeia os reitores das universidades e o governador do Banco Nacional, entre os candidatos recomendados por aquelas instituições.