“O PS, naturalmente, reconhece a importância de fazer a readaptação tal como estava pensada até este momento, designadamente com a criação de uma agência para as migrações, e que isso deve acontecer no tempo que o Governo entenda ser oportuno para ser bem feito”, disse João Torres, em declarações aos jornalistas durante uma visita à feira Ovibeja, em Beja.

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, anunciou hoje que o Governo decidiu adiar para maio a extinção do SEF, prevista para maio, devido à necessidade de amadurecer as alterações previstas, nomeadamente ao nível da formação de quem ficará no controlo aeroportuário.

“Se o Governo tomou essa decisão, ela não pode deixar de merecer o evidente apoio por parte do PS, porque não temos a mais pequena dúvida de que o Governo, nessa alteração orgânica, e que passará pela extinção do SEF, está preocupado em que todo esse processo decorra da melhor forma”, frisou João Torres.

Questionado sobre críticas de partidos da oposição à extinção do SEF feitas hoje após o anúncio do adiamento, João Torres começou por reconhecer que não as ouviu.

“Sem ter ouvido longamente quer a intervenção do ministro da Administração Interna, quer as críticas da oposição, o que me parece é que a oposição deveria, isso sim, reconhecer a importância de este processo ser feito nos termos mais adequados e seguramente que quem tem essa informação para poder decidir e ajuizar de forma correta é seguramente o Governo”, rematou.

O PCP, através da deputada comunista Alma Rivera, considerou hoje que “o caminho não é o desmantelamento do SEF”, mas sim o de “uma proposta de recuperação, de melhoramento, das condições de trabalho dos agentes”.

O PSD, pela voz do vice-presidente da bancada parlamentar André Coelho Lima, acusou hoje o Governo de “inconsciência absoluta” sobre as consequências da extinção do SEF, considerando que o que funciona bem “vai tornar-se menos célere e eficaz”.

Já o presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, considerou hoje que o processo de extinção do SEF “é uma trapalhada sem nome” e uma “decisão errada”.