“Não é que quase dois anos após a governação, estas bancadas [BE e PEV] que diziam que tudo ia ser diferente, tudo ia ficar melhor, vêm agora fazer iniciativas a dizer que afinal está tudo pior”, afirmou o deputado do CDS-PP Hélder Amaral, criticando os acordos da “geringonça”.

No âmbito do debate em plenário de projetos de resolução do PSD, BE, PEV e PAN sobre o Metropolitano de Lisboa, o deputado centrista disse que o PS está a fazer “uma espécie de ‘bullying’ político” com os parceiros de coligação, referindo, satiricamente, que “há mais iniciativas legislativas do que carruagens” do metro.

Os projetos do BE, PEV e PAN concentram-se nos problemas registados na Linha Verde do Metro de Lisboa com a diminuição para três carruagens, recomendando ao Governo a reposição para pelo menos quatro carruagens e o rápido arranque das obras na estação de Arroios para que o metro possa vir a circular com seis carruagens.

Já os sociais-democratas recomendam ao Governo “o aumento para o dobro” da frequência dos comboios na totalidade da Linha Azul.

Para o deputado do BE Heitor de Sousa, “a política de desinvestimento desencadeada pelo anterior Governo levou o Metropolitano a um nível de degradação nunca antes conhecido”.

De acordo com o bloquista, a redução de carruagens na Linha Verde do Metro de Lisboa tem provocado “enormes transtornos”, pelo que afigura-se necessário repor as quatro carruagens e começar “imediatamente” as obras na estação de Arroios para permitir a circulação de seis carruagens.

Com uma posição semelhante, o deputado do PEV José Luís Ferreira considerou que a diminuição para três carruagens na Linha Verde foi uma opção “completamente errada”.

“Esta situação representa um verdadeiro atentando ao direito à mobilidade e à qualidade de vida das populações. É urgente a reposição da circulação das quatro carruagens na Linha Verde do Metropolitano de Lisboa até que seja possível a circulação com seis carruagens”, afirmou José Luís Ferreira, esperando que as obras na estação de Arroios comecem “no mais curto espaço de tempo”.

Para o deputado do PAN André Silva, “não é compreensível a redução do número de carruagens” na Linha Verde, pelo que é determinante a reposição da quarta carruagem, assim como o reforço das carreiras da Carris que circulam na zona de Arroios durante o período das obras de requalificação da estação de metro.

Acompanhando as preocupações do PEV e do PAN sobre a Linha Verde do Metro de Lisboa, o deputado do PSD Carlos Silva defendeu a reposição da situação de normalidade da Linha Azul do Metropolitano.

“Lamentavelmente ao dia de hoje apenas metade das composições chega ao destino final em hora de ponta” na Linha Azul do Metro, indicou o social-democrata, explicando que a administração do Metropolitano resolveu reduzir a frequência dos comboios que servem as estações do município da Amadora, o que “configura uma severa limitação ao direito e à mobilidade dos cidadãos”.

Para o deputado do PCP Bruno Dias, o Metropolitano de Lisboa apresenta “graves problemas e insuficiências na manutenção e na operação causados pelo anterior Governo”.

Segundo o comunista, o PSD e o CDS-PP deviam pedir desculpa às pessoas por terem mantido parada durante quatro anos a obra de ligação entre a Amadora e a Reboleira.

Às críticas dos partidos da Esquerda, o deputado do CDS-PP Hélder Amaral desafiou os partidos da “geringonça” a indicarem um aspeto no setor dos transportes que tenha sido melhorado nos quase dois anos de governação, advogando que o atual Governo fez “zero”.

Em resposta ao deputado do CDS-PP, o deputado do PS Pedro Delgado Alves apontou a opção do atual Governo de “não privatizar, manter numa esfera de gestão pública” o Metropolitano de Lisboa.

“É estonteante, é mesmo ‘perplexizante’ a falta de descaramento com que aparecem neste debate como se fossem totalmente alheios a tudo o que levou ao colapso do Metropolitano de Lisboa”, declarou Pedro Delgado Alves, referindo-se às bancadas do PSD e do CDS-PP.

De acordo com o Plano de Desenvolvimento Operacional da Rede do Metropolitano de Lisboa, a estação de Arroios do Metropolitano de Lisboa vai encerrar a 19 de julho durante 18 meses para obras que vão permitir o funcionamento de comboios com seis carruagens na Linha Verde e custarão mais de sete milhões de euros.

Até 2022, o Metropolitano de Lisboa vai ter mais duas estações - Estrela e Santos —, estando previstas também estações nas Amoreiras e em Campo de Ourique, embora nestes dois casos sem uma data prevista de conclusão.