Carmen San Miguel disse ainda que, pela sua perceção, o comboio "até não seguiria a uma velocidade por aí além".
"Quando senti a tremideira do comboio, até pensei que fosse do mau estado da linha, mas logo de seguida ouvi um enorme estrondo e aí percebi que se tratava de um acidente", contou.
O comboio, por razões ainda por apurar, terá saído da linha e embatido violentamente contra um poste e/ou um viaduto, provocando a morte a quatro pessoas, uma delas o maquinista, português.
O acidente provocou ainda 46 feridos.
Carmen San Miguel, que seguia com a filha para uma semana de férias no Algarve, na segunda carruagem, foi projetada para o chão, mas não sofreu qualquer ferimento.
"Os que mais sofreram foram os que seguiam na carruagem da frente", adiantou, dando conta do clima de "autêntico pânico" que se instalou.
Os passageiros que escaparam ilesos foram transportados de autocarro até Valença, para a partir daí poderem retomar as suas viagens, mas Carmen, que tinha planeado viajar até ao Algarve de comboio, mudou de planos.
"Fomos [ela e a filha] de táxi até ao Porto e daí até ao Algarve vamos de autocarro. De comboio é que não. O susto foi muito grande", afirmou.
Disse ainda que "muito dificilmente" a viagem de regresso a casa será de comboio.
"Enquanto este pânico não passar, nem pensar. Vi gente a morrer no mesmo comboio em que eu seguia, vi muita gente a gritar, a minha filha a chorar, muito pânico, sinto que não morri por milagre", desabafou.
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