No final de uma visita ao Centro de Assistência Paroquial da Amora, no âmbito da campanha autárquica, Pedro Passos Coelho foi questionado pelos jornalistas se o PSD pedia - como fez o CDS-PP - a demissão do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, depois de este ter dito, sobre o desaparecimento de armas dos paióis militares em Tancos, que, "no limite, pode não ter havido furto nenhum".
"Nós, por uma questão de princípio, não pedimos a demissão de nenhum membro do Governo, é mais ou menos uma tradição no PSD", disse, admitindo, contudo, que membros do partido possam ter essa opinião.
Passos Coelho considerou que "há membros do Governo que acusam um desgaste político muito grande", remetendo para o primeiro-ministro a "competência exclusiva" de decidir sobre a sua eventual substituição.
No caso concreto da Defesa, Passos Coelho defendeu que o Governo tem evidenciado "um enorme desnorte" e lamentou que, na entrevista que deu ao DN e TSF, o ministro traga mais dúvidas do que segurança e esclarecimento sobre uma situação ocorrida há mais de dois meses.
No entanto, Passos Coelho chamou a atenção para um outro assunto na área da Defesa, sobre o qual acusa o Governo de manter um "silêncio ensurdecedor e incompreensível".
"Não é uma questão menor, é uma questão de Estado, que tem que ver com as opções que deverão ser feitas ao nível da União Europeia quanto a um processo de cooperação reforçada no domínio da Defesa", disse.
Segundo Passos Coelho - que já se tinha referido a esta matéria na ‘rentrée' do partido em Castelo de Vide -, em setembro todos os Governos da UE devem indicar quais as áreas que julgam ser importante integrar neste mecanismo de cooperação reforçada e até outubro digam se querem ou não integrar essa nova "Europa da defesa" para que, no final do ano, o Conselho Europeu tome uma decisão.
"Não percebo porque é que o Governo não dá nenhuma informação à Assembleia da República sobre esta matéria (…). Não houve nenhum contacto que o Governo tenha estabelecido com o PSD sobre esta matéria, que é crítica e crucial", lamentou.
"Acho incompreensível que o Governo não tenha uma posição que queira transmitir ao país nessa matéria", acrescentou, desafiando o executivo a explicar ainda se tem apoio dentro da maioria parlamentar que o apoia para avançar neste domínio.
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