Passos Coelho falava na abertura das “Jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão” organizadas pelo partido e dedicadas ao Orçamento do Estado 2017.

“O PSD apresentará algumas propostas de natureza estrutural, nomeadamente sobre como consolidar as contas públicas, sem ser através de impostos indiretos, e como atrair mais investimento externo, e vai pedir um encontro aos parceiros sociais para os ouvir”, anunciou.

Passos Coelho assumiu ter dúvidas de que a maioria parlamentar venha a acolher as propostas que o PSD vai apresentar, até porque “o ministro das Finanças já veio dizer que há pouco espaço para mexer” e o Orçamento reflete as escolhas do PS, do PCP e do BE.

“Não é por estarmos na oposição que desejamos que corra mal ao país, mas devemos chamar a atenção para o que corre mal e apresentar a nossa alternativa e dar o nosso contributo para que possa ficar melhor”, declarou.

O líder do PSD considera que o caminho devia ser outro para aproveitar melhor condições conjunturais como o petróleo mais barato, a taxa de juro do Banco Central Europeu mais favorável e as importações mais baratas, do que no período do ajustamento em que esteve à frente do governo: crescer mais, atrair mais investimento que dinamiza o emprego e gerar confiança junto dos mercados.

Esse outro caminho, sublinhou, passa por “ser mais prudente na restituição de rendimentos, mas sobretudo por uma estratégia para atrair mais investimento”, e não “acertar a despesa pelo calendário mais interessante para o Governo e depois se verá”, de forma a garantir a sobrevivência dos acordos à esquerda.

“O Governo prefere crescer poucochinho para ir mantendo o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda”, acusou, considerando o anunciado aumento das pensões “o aspeto mais chocante”.

“O Estado tem pouco dinheiro e há um problema de sustentabilidade das pensões que o Governo decidiu empurrar para mais tarde, mas se falta dinheiro é preciso cuidado com os aumentos e estas atualizações vão ser pagas pelos impostos”, disse, acusando o Governo de António Costa de querer “fazer um bonito” para as eleições autárquicas.

É que, só em agosto o Governo vai ver se a atualização ficou aquém dos 10 euros, podendo haver, nesse caso um aumento extraordinário.

“Porque não dá esse aumento já em janeiro? Só em agosto é que vai haver dinheiro? Dava menos, já a partir de janeiro. Sabemos porquê. Quer fazer um bonito, no calendário que lhe é mais interessante”, criticou.

As jornadas do PSD dedicadas ao Orçamento do Estado prosseguem até 28 de novembro, com mais 18 sessões, com a participação de membros da comissão política permanente do PSD, dos vice-presidentes do grupo parlamentar e dos deputados de cada distrito.

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