Em conferência de imprensa após uma reunião do comité central, Paulo Raimundo afirmou que este encontro com o Livre será uma “reunião normal”, mas sublinhou as atuais “responsabilidades autárquicas do PCP” e que o partido está “numa disputa pela afirmação desse projeto distintivo”.
“Já respondemos afirmativamente no sentido de fazer essa reunião, uma reunião normal, até no seguimento das próprias eleições do Parlamento Europeu é uma reunião normal, vamos aceitar, estamos ainda em fase de agendamento de data, porque estes calendários às vezes não permitem mais cedo”, declarou o líder do PCP.
Paulo Raimundo evitou dar uma resposta definitiva sobre a possibilidade de vir a existir uma aliança à esquerda nas próximas autárquicas, reiterando apenas as diferenças das propostas comunistas para as restantes forças e que esta é uma questão que depende dos projetos políticos que forem apresentados.
“Vocês conhecem-nos, tenho reafirmado isto várias vezes, a questão não é a pessoa A, B ou C, não é o objetivo numérico este ou aquele, a questão é os conteúdos, as propostas, as soluções para as populações e um projeto que responda aos problemas das populações”, afirmou.
O secretário-geral do PCP defendeu ainda que o histórico comunista nas autarquias tem “provas dadas” e mostra um “trabalho diferenciado, com um caminho de construção, de envolvimento de outras pessoas, muitas independentes, gente que se associa à CDU pelo projeto que tem e pela resposta que dá aos problemas”.
“Não é propriamente uma coisa que não se possa comparar, pode-se comparar, com provas dadas, e é nisso que estamos a trabalhar, estamos a trabalhar empenhados”, acrescentou Paulo Raimundo.
O líder comunista adiantou ainda que o partido tem também agendada uma reunião para a próxima semana com o Partido Ecologista “Os Verdes” para abordar as questões autárquicas e analisar os resultados das eleições europeias.
O Livre anunciou no passado dia 23 que pediu reuniões com as lideranças do PS, Bloco de Esquerda (que já aceitou o convite), PCP e PAN para analisar a situação política atual, na sequência das últimas eleições para o Parlamento Europeu, e pensar já nas autárquicas.
Para o Livre, é “imprescindível que o diálogo entre forças progressistas e de esquerda ocorra numa altura de grandes desafios para a democracia nacional e europeia” como os que se estão a enfrentar.
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