Numa audição com sindicalistas na sede do Centro Vitória do PCP, em Lisboa, Jerónimo de Sousa defendeu a utilização de fundos públicos, por exemplo, para garantir que quem ficou em 'lay-off' devido à pandemia de covid-19 receba o salário por inteiro.
E criticou "o escândalo da transferência de milhares de euros para empresas com lucros milionários e que, na primeira oportunidade, aproveitaram para transferir para os trabalhadores e para a Segurança Social uma boa parte dos seus custos.
São empresas, "muitas delas multinacionais, que beneficiam de milhões de euros de apoios públicos em projetos, que enchem a boca com a conversa da responsabilidade social, mas que agora, na primeira curva, a esqueceram, afirmou.
"Veja-se o caso de um grupo económico que meteu 500 trabalhadores em 'lay-off', mas que, passados poucos dias, anunciou a compra de 30% de uma grande empresa de comunicação social. Dinheiro há, como está à vista", afirmou Jerónimo sem se referir diretamente à empresa Douro Azul, de Mário Ferreira, ao grupo Media Capital, que detém a TVI.
Ao longo do seu discurso, o secretário-geral comunista lembrou as propostas feitas pelo seu partido nesta fase de combate à pandemia de covid-19, que levou muitos trabalhadores para o 'lay-off', apenas com parte do vencimento, como a proibição dos despedimentos ou o subsídio de risco para quem esteve a trabalhar em áreas como a saúde.
Os problemas, afirmou, já existiam antes do início do surto pandémico, nomeadamente quanto às recentes mudanças na legislação laboral, já durante o Governo do PS, e que os comunistas a sua “revogação”.
A audição de hoje insere-se numa campanha em defesa do trabalho e dos trabalhadores que tem como lema "No combate ao vírus, nem um direito a menos".
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