“Chegaram-nos relatos de tentativas de convencer os trabalhadores a não falarem com outros do mesmo departamento ou serviço, de tentativas de impedir trabalhadores de contactarem a linha SNS 24 e a Direção Geral da Saúde, entre outras formas de coação para que se escondessem informações”, denuncia o grupo parlamentar numa pergunta enviada na sexta-feira ao ministro das Infraestruturas e Habitação, e hoje divulgada à imprensa.
O PCP, no documento, acusa a administração dos CTT de estar “preocupada apenas em aumentar os resultados” financeiros da empresa e de “não olhar a meios para atingir os seus fins, pondo em risco a saúde dos seus trabalhadores, das suas famílias e dos cidadãos” que diariamente se deslocam aos serviços dos correios.
E acrescenta que, desde estações a centros de distribuição postal, passando pelos grandes centros de tratamento e mesmo nos serviços centrais, se têm verificado “inúmeras situações” em que as regras e procedimentos estabelecidos pelas autoridades de Saúde Pública, “clamorosa e irresponsavelmente, não são cumpridas”.
O grupo parlamentar precisa que, só no centro de tratamento em Cabo Ruivo, a “negligência” dos CTT “fez com que se chegasse ao ponto de se verificaram mais de 100 casos positivos” de infeção por sars-cov-2, o vírus responsável pela doença covid-19.
“A empresa bem tenta esconder, mas é cada vez mais claro que não estão a ser cumprida várias medidas e orientações básicas de higiene e segurança nos locais de trabalho”, denuncia o partido, lembrando ter denunciado “já por várias vezes” a falta de trabalhadores nos CTT.
A pandemia de covid-19, em Portugal, provocou a morte de 15.034 pessoas, entre os 781.223 casos de infeção confirmados, segundo o mais recente boletim da Direção-Geral da Saúde.
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