"Apesar da diferença tangencial entre nós e a AD, e sem desrespeitar os votos e os eleitores dos circulos eleitorais das nossas comunidades, tudo indica que o resultado não permitirá ao PS ser o partido mais votado", afirmou o secretário-geral dos socialistas.

"Quero então felicitar a AD pela vitória nestas eleições", completou, acrescentando que já tinha felicitado em privado Luís Montenegro pela vitória e que faria o mesmo em público.

“O PS será oposição, nós vamos liderar a oposição. Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS. Essa é a nossa tarefa daqui para a frente”, frisou.

Questionado pelos jornalistas sobre o porquê de assumir a derrota quando a contagem ainda não terminou e a diferença de votos e mandatos é muito curta entre o PS e a AD, Pedro Nuno Santos respondeu que “há uma diferença de cerca de 50 a 60 mil votos que não é muito significativa, mas será muito difícil que uma eventual vitória do PS nos círculos das comunidades venha a compensar essa diferença”.

“Nós não podemos estar a manter o país em suspenso mais 15 dias quando é quase impossível, ou é muito improvável, que o resultado no círculo das comunidades venha a compensar a diferença que nós temos hoje. E, portanto, não vale a pena estarmos aqui a fazer de conta”, disse.

O líder do PS reforçou que o partido tem resultados que “mostram que é muito difícil ao PS ganhar as eleições em termos de votos e em termos de mandatos mesmo que, do ponto de vista depois do parlamento, possa haver mais surpresas”.

“Neste momento, não faz sentido estarmos a manter nenhum suspense sobre as eleições. Acho que nos cabe a nós, PS, reconhecer aquilo que é mais provável que se venha a confirmar daqui a 15 dias do que estar a manter em suspenso uma situação que não beneficia ninguém”, frisou.

Continuando o seu discurso do Altis, Pedro Nuno Santos dedicou parte do seu tempo ao resultado eleitoral do Chega, tendo o partido de extrema-direita conseguido 46 deputados esta noite.

"O resultado muito expressivo do Chega não dá para ignorar. Não há 18,1% de portugueses votantes racistas ou xenófobos em Portugal, mas há muitos portugueses zangados que sentem que não têm tido representação e que não foi dada resposta aos seus problemas concretos. Nós queremos recuperar a confiança destes portugueses", afirmou.

"O nosso caminho começa agora. Hoje", atirou Pedro Nuno Santos. "Como dizia o nosso militante nº.1, só é vencido quem desiste de lutar", continuou o líder socialista, numa referência a Mário Soares.

O secretário-geral do PS afirmou também que os socialistas viabilizam um Governo minoritário da AD, não votando qualquer moção de rejeição a esse executivo, mas frisou que irá liderar a oposição e não o suportará no parlamento.

Esta linha dos socialistas foi transmitida por Pedro Nuno Santos em resposta a perguntas dos jornalistas. Tal como já fizera na pré-campanha, o líder socialista reiterou que o PS não votará qualquer moção de rejeição que seja apresentada no início da nova legislatura a um Governo minoritário da AD, porque não tem condições para apresentar um executivo alternativo.

Mas, em relação à possibilidade de viabilizar à AD o Orçamento do Estado para 2025, considerou esse cenário “praticamente impossível”, dizendo que o seu partido “está forte e unido”.

“Não vale a pena criar pressão sobre o PS. Vamos liderar a oposição. Não somos nós que vamos suportar um Governo da AD”, frisou. Na resposta a esta questão, recebeu palmas quando declarou: “O PS não ganhou as eleições, não deixará a liderança da oposição para o Chega ou para André Ventura”.

Nuno Santos iniciou o discurso dirigindo o seu "primeiro elogio aos portugueses".

"Quero elogiar a participação massiva dos portugueses neste ato eleitoral, no dia maior da nossa democracia. Foram seis milhões, é uma participação muito expressiva e que só enriquece a democracia que tão arduamente os portugueses conquistaram", afirmou.