“Estamos os dois a trabalhar em conjunto e com muito boa relação”, afirmou o governante, à margem da inauguração do guindaste Titan do Porto de Leixões, em Matosinhos, no distrito do Porto.

Em 28 de setembro, questionado sobre as dificuldades na gestão da CP - Comboios de Portugal e a saída do presidente executivo antes do final do mandato, Pedro Nuno Santos assegurou que se dependesse dele o problema estava resolvido, mas, pelo que disse, tudo indica que o problema maior poderá estar na demora das respostas à empresa por parte do Ministério das Finanças.

“Se dependesse de mim o problema estava resolvido. Tínhamos um plano Atividades e Orçamento aprovado em tempo, a empresa não esperava meses para conseguir autorização para fazer as compras que são fundamentais para o seu funcionamento, não tínhamos uma dívida histórica, com a dimensão que ela tem, durante tanto tempo sem a resolver”, disse então.

Confrontado com estas afirmações, que foram entendidas por alguns como uma crítica ao ministro das Finanças, Pedro Nuno Santos frisou que esse entendimento partiu de “comentadores e articulistas quase todos de direita”.

Pedro Nuno Santos sublinhou o “grande trabalho” que o Governo tem feito na ferrovia e o “trabalho exemplar” na CP, admitindo, contudo, que há muitas coisas que ainda faltam resolver.

O que falta resolver vai ser resolvido e pelo governo do PS “todo em conjunto”, sustentou, acrescentando que está a trabalhar com o ministro das Finanças para isso.

“Nós temos feito um trabalho, por mais que alguns não queiram assumir, sem precedentes na ferrovia e basta entrarem numa oficina da CP e, há várias no país, e falar com os trabalhadores para perceberem a volta que se deu à empresa em pouco tempo”, vincou.

Falando num trabalho em contínuo, depois de décadas de desinvestimento na ferrovia, Pedro Nuno Santos salientou não poder resolver os problemas todos da ferrovia e da própria CP em pouco tempo.

A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) e outras organizações sindicais convocaram para sexta-feira uma greve de trabalhadores da CP e da Infraestruturas de Portugal (IP), tendo como principal reivindicação aumentos salariais.

A admissão de trabalhadores, a tomada de medidas para a "harmonização das regras de trabalho na CP e na IP" e "uma calendarização para a negociação da revisão da contratação coletiva" são outros dos pontos a que exigem resposta.

O ministro garantiu que o Governo está a trabalhar para encontrar uma solução que “dê o devido reconhecimento” aos trabalhadores da ferrovia.

“Estamos a trabalhar dentro do Governo para encontrarmos uma solução que dê o devido reconhecimento aos trabalhadores da ferrovia que têm feito um trabalho extraordinário e que merecem ser reconhecidos”, ressalvou.

Questionado sobre qual poderá ser a solução para responder às reivindicações dos trabalhadores, o governante referiu que os primeiros a saber serão os seus representantes e sindicatos.

Já sobre uma possível abertura no Orçamento de Estado quanto a esta matéria, Pedro Nuno Santos pediu calma e mais algum tempo, realçando que o orçamento ainda não foi aprovado dentro do Governo.