"Não se importe que o acusem de estar aqui numa feira de vaidades. Venha ao nosso território as vezes que quiser e que puder porque o dia que o deixar de fazer e os seus ministros, vamos ficar esquecidos", afirmou o presidente da Câmara de Castanheira de Pera, Fernando Lopes, em Pedrógão Grande.
O autarca, que falava em representação dos três municípios de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, deixou ainda um desafio a todos os partidos políticos recordando que este não é o momento de se aproveitarem das desgraças.
"Qualquer partido político que se preze deve assumir uma posição construtiva. Que ajudem o Governo, que ajudem a construir, de desgraça estamos nós já fartos. O aproveitamento político numa situação destas é devastador", disse.
O autarca estendeu também este desafio à política local e aos municípios e pediu para que estes "tenham juízo" porque o momento não está para andar com grandes ataques.
Já o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, realçou a "coragem" deste Governo em olhar para os três concelhos, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, concelhos esse que "estavam esquecidos".
O autarca disse que António Costa teve também a "coragem" de deslocar para Pedrógão Grande a Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI).
"Novos horizontes se vão abrir. Este Governo comove-me bastante pelo facto daquilo que está a fazer por esta região e por todo o Interior. O senhor [António Costa] é admirado neste momento na nossa região e hoje vai ter a prova disso", frisou.
O primeiro-ministro, António Costa, regressou hoje aos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, para visitar as obras de reconstrução das casas e empresas destruídas ou danificadas nos incêndios de junho.
No início de julho, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, afirmou que se estimam prejuízos imediatos próximos dos 200 milhões de euros e um esforço de reconstrução estrutural preventiva em cerca de 300 milhões de euros.
Há um mês, o presidente da câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, adiantou à Lusa que o seu município e os concelhos de Pedrógão Grande e Castanheira de Pera vão ter à sua disposição cerca de 10,5 milhões de euros para a recuperação total ou parcial de 185 habitações.
O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.
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