O diário NRC diz que 20 dos 39 bispos e cardeais em causa estão ligados a casos de abusos, afirmando que quatro bispos cometeram abusos e outros 16 altos membros do clero transferiram padres que tinham sido acusados de abusos para outras localidades.

O relatório publicado na edição de fim de semana do jornal foi baseado num documento da Igreja católica holandesa de 2011 sobre abusos, com testemunhos de vítimas feitos a uma comissão de inquérito e ao jornal.

Numa reação por escrito, a Igreja Católica holandesa afirmou que, nos casos confirmados de abusos, os “bispos não agiram com responsabilidade” quando transferiram os padres acusados.

O líder de um grupo de holandeses vítimas de abuso do clero católico apelaram hoje à Igreja para que denuncie publicamente tudo o que sabe sobre estes casos se quer voltar a reconquistar a confiança das pessoas.

“Se querem que este drama acabe – trata-se de crimes cometidos contra crianças, não se pode simplesmente virar as costas – têm de tornar as coisas públicas e criar um novo sistema onde as pessoas possam apresentar queixa”, afirmou Bert Smeets, uma vítima de abusos que representa um grupo de sobreviventes designado por Mea Culpa.

Este novo escândalo é o mais recente dos vários que têm abalado a Igreja Católica nos últimos tempos, o que já levou o papa Francisco a garantir que vai tomar medidas para acabar com a “cultura de encobrimento” na Igreja.

O papa anunciou no início deste mês que vai organizar uma reunião, em fevereiro do próximo ano, para debater medidas de prevenção e proteção de menores e adultos mais vulneráveis.

O relatório holandês de 2011, que foi realizado por entidades independentes, mas foi alvo de críticas por ter sido pedido pela própria Igreja, referia que cerca de 20 mil crianças sofreram abusos sexuais de instituições católicas holandesas durante 65 anos.

O documento adiantava que cerca de 800 padres, pastores e outros funcionários da Igreja foram identificados em queixas, mas os seus nomes não foram divulgados.

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