Em Gauteng, há a registar pelo menos 19 mortos em resultado dos distúrbios que continuam na província, apesar da presença de reforços militares no terreno para ajudar a Polícia, divulgou o governador provincial, David Makhura.

O governante do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) precisou que 10 pessoas morreram na manhã de hoje durante ações de pilhagem por uma multidão a um centro de comercial em Meadowlands, Soweto, oeste de Joanesburgo.

"As pessoas que perderam a vida são membros da família que estavam lá e alguns deles participaram nos saques", adiantou David Makhura em declarações à televisão sul-africana SABC.

"Temos um oficial da Polícia Metropolitana de Ekurhuleni [município no leste de Joanesburgo] que levou um tiro", explicou.

Anteriormente, o governador da província do KwaZulu-Natal, Sihle Zikala, disse que as autoridades locais contabilizaram até ao momento 26 mortos em resultado da violência e pilhagens naquela região do litoral do país, vizinha a Moçambique.

O ministro da Polícia, Bheki Cele, salientou que as forças de segurança "estão a monitorizar a situação no terreno", salientando que "farão com que a situação não se agrave".

"Mais de 750 pessoas foram presas", referiu Bheki Cele.

Vários centros comerciais continuam a ser saqueados em Gauteng e KwaZulu-Natal, segundo a imprensa.

A Câmara de Comércio de Joanesburgo instou hoje as autoridades sul-africanas a restaurar a ordem pública no país.

"O momento já é difícil nos negócios e no país. Os postos de trabalho estão em risco e a continuidade da violência só levará ao encerramento de mais empresas e ao aumento do desemprego", declarou o presidente da organização Shawn Theunissen.

O Governo português aconselhou hoje a comunidade portuguesa na África do Sul a "seguir estritamente as recomendações das autoridades sul-africanas e a agir com a maior precaução possível", garantindo estar acompanhar de forma "próxima" a situação no país.

As situações de emergência e de necessidade de assistência consular "devem ser comunicadas em permanência ao Gabinete de Emergência Consular ou aos postos consulares", indicou ainda a mesma fonte.

Aconselha-se a comunidade portuguesa a seguir estritamente as recomendações das autoridades sul-africanas e a agir com a maior precaução possível", fez saber o gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, numa declaração enviada à Lusa.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros garante estar a acompanhar de "forma muito próxima a situação na África do Sul através da Embaixada de Portugal em Pretória e das estruturas consulares no país", sublinha a nota do gabinete de Berta Nunes.

[Notícia atualizada às 16:44]