Uma gigantesca passeata saiu da Avenida Alameda de Santiago, com mais de 600 mil pessoas, num protesto que reuniu mais de um milhão em todo o país, segundo os organizadores. De acordo com a polícia, o protesto em Santiago reuniu 80 mil pessoas.

"A passeata de hoje foi a maior, a mais alegre e pacífica dos últimos dois anos e meio. Sem dúvida, a voz do povo expressou-se de forma muito clara e com mais força hoje", disse o presidente da câmara de Santiago, Claudio Orrego, ao analisar o protesto.

Quase duas semanas depois da presidente Michelle Bachelet (na foto) anunciar modificações no polémico sistema de pensões, milhares de famílias chilenas exigiram o fim das chamadas Administradoras de Fundos de Pensão (AFP).

"Não queremos mais AFPs, públicas ou privadas", disse ao final do protesto Luis Mesina, porta-voz do movimento "No+AFP", que convocou a manifestação.

Instauradas durante a ditadura de Augusto Pinochet, em 1981, as AFPs administram os fundos de pensões de 10 milhões de trabalhadores chilenos, entregando pensões muito baixas, distantes da promessa de retribuir 70% do último salário.