Nas cartas, publicadas na Internet dois meses após terem sido enviadas, afirma-se que os especialistas da ONU receberam informações “relativas às atividades comerciais da Saudi Aramco (…) que têm consequências negativas para a proteção dos direitos humanos no contexto das alterações climáticas”.
Em particular, acusaram a Saudi Aramco de “manter a produção de petróleo bruto, explorar novas reservas de petróleo e gás, expandir as atividades de gás de combustível fóssil e elaborar relatórios incorretos”.
Os eurodeputados consideram que as atividades comerciais da Aramco parecem ser “contrárias aos objetivos, obrigações e compromissos do Acordo de Paris”.
As cartas dirigidas à Aramco foram enviadas por peritos que pertencem ao Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Direitos Humanos e Empresas Transnacionais, bem como pelos Relatores Especiais das Nações Unidas sobre Direitos Humanos e Alterações Climáticas.
Os especialistas lembraram que os combustíveis fósseis são responsáveis por mais de 75% das emissões globais de gases com efeito de estufa, citando relatórios em que se estima que mais de metade destas emissões podem ser atribuídas a 25 empresas do setor dos combustíveis fósseis, sendo a “Aramco o maior emissor de gases com efeito de estufa”.
Os peritos da ONU são indivíduos independentes, não remunerados, que não falam em nome das Nações Unidas, mas estão mandatados para comunicar as suas conclusões à ONU.
Na mesma carta pedia-se à Aramco que respondesse aos dez pontos destacados no documentos num prazo de 60 dias, após o qual a carta e qualquer resposta recebida seriam tornadas públicas.
Esta manhã, o ‘site’ dos procedimentos especiais das Nações Unidas em matéria de direitos humanos não continha qualquer resposta da Aramco.
Os lucros da Aramco são a principal fonte de financiamento do vasto programa de reformas económicas e sociais do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, concebido para permitir ao reino diversificar a economia, em grande parte dependente dos combustíveis fósseis.
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