Consultada pela Lusa, a página oficial do Parlamento indica que os peticionários vão ser ouvidos na quarta-feira, pelas 10:30, na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.

A petição em defesa dos músicos do centro comercial Stop, da cultura e da transparência no processo urbanístico contava hoje, pelas 11:30, com 8.028 subscritores.

Lançada em 02 de setembro, a petição pública apela à Câmara Municipal do Porto "para reavaliar a sua posição, considerar as suas ações e que reconheça valor inestimável dos músicos e do centro comercial Stop para a cultura da cidade".

Na petição, os músicos pedem ainda "transparência e imparcialidade sobre o processo urbanístico" que tramita na autarquia para garantir que o mesmo é "guiado por princípios de integridade, equidade e justiça".

"Não podemos ignorar as ameaças sobre o seu encerramento, nem as preocupações de que o processo urbanístico relacionado com essa ameaça de evacuação carece de maior transparência e parece estar viciado por interesses alheios à preservação da cultura e da herança musical", referem.

Na petição, os músicos expressam ainda a sua "profunda preocupação" com a "ameaça iminente de evacuação" do centro comercial.

"O Porto merece um futuro onde a cultura e a transparência possam florescer em conjunto, onde o património musical é protegido e onde a voz dos cidadãos e os seus espaços de cidadania sejam respeitados", acrescentam.

Ouvidas a 26 de setembro no Parlamento, na sequência de um requerimento apresentado pelo BE, as duas associações de músicos do Stop criticaram a falta de vontade política para declarar a utilidade pública daquele espaço, admitindo recear o futuro, mesmo que se realizem obras e se legalize o edifício.

Na segunda-feira, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que o Ministério da Cultura não tem condições legais para classificar o centro comercial Stop como espaço de interesse cultural.

"A classificação cultural por parte do Ministério da Cultura não é possível", afirmou Rui Moreira durante a reunião do executivo municipal.

O Stop vai continuar a funcionar por tempo indeterminado na sequência de uma providência cautelar interposta pelos proprietários à decisão da câmara de encerrar o edifício, confirmou a 22 de setembro o presidente da Câmara do Porto.

O Stop, que funciona há mais de 20 anos como espaço cultural, com salas de ensaio e estúdios, viu a maioria das suas frações serem seladas em 18 de julho, deixando quase 500 artistas e lojistas sem terem para onde ir, mas reabriu em 04 de agosto, com um carro de bombeiros à porta.