A petição agora criada, e assinada por perto de 200 pessoas, destaca "a indignação perante tanta falta de humildade, cidadania e caráter" do pároco de 40 anos, nomeado para aquela freguesia em julho de 2015, tendo assumido o cargo no final do verão desse ano.
"Não foi isto que Deus nos ensinou", diz o documento intitulado "Queremos outro pároco na freguesia de Darque", com 7.817 habitantes, acrescentando que "cada vez mais os darquenses se afastam da casa de Deus".
A petição a reclamar o afastamento do pároco de Darque e juiz do Tribunal Eclesiástico de Viana do Castelo surge na sequência de um caso registado no final de fevereiro.
Numa denúncia pública feita através das redes sociais, um paroquiano lamentou o facto de o pároco ter realizado, conjuntamente, a missa do sétimo dia do falecimento do pai e as celebrações dos 25 anos de casamento de um casal da freguesia, sem que, em ambos os casos, tenham sido informados previamente da situação.
"Aquela cerimónia que seria um momento de homenagem ao meu pai deixou de o ser. O seu nome apenas foi referido no início da cerimónia (talvez porque o padre foi exageradamente pago para isso) e, após esse momento, a outra família começou a sua celebração. Enquanto uns choravam a morte de um familiar e amigo, outros festejavam e tiravam fotografias desse momento", lê-se na publicação de Rui Silva.
No comentário, Rui Silva acrescenta que, no final da celebração, confrontou o pároco com a situação.
"Disse-me que era algo normal. Ainda lhe pedi para ir ter com a família e dar uma simples explicação, mas já era tarde de mais", diz, adiantando que decidiu "não expor os valores excêntricos que o pároco cobrou por uma missa fúnebre e por uma missa do sétimo dia".
"Todos dias morrem pessoas e, se os princípios da Igreja dizem que se deve cobrar estes valores excêntricos a pessoas que estão a passar o momento mais complicado da sua vida, algo de errado está a acontecer", afirmou.
Contactado pela agência Lusa, o padre Manuel Pinto disse apenas que "não comenta coisas anónimas", referindo-se à petição pública.
Também o bispo da diocese de Viana do Castelo, através secretariado para a comunicação social, fez saber que "não faz nenhum comentário sobre o assunto".
[Notícia atualizada às 17h10]
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