"Estimar o número de espécies de árvores é essencial para orientar, otimizar e priorizar os esforços de preservação das florestas em todo o mundo", sublinhou este estudo do qual participaram dezenas de cientistas e que foi publicado na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (Pnas).

Cerca de 64.000 espécies de árvores já foram catalogadas. Mas, de acordo com este estudo, realizado a partir de uma base de dados mais completa e com um método estatístico mais avançado que os anteriores, o número total de espécies estará calculado em 73.300, ou seja, 14% mais do que aquelas que já conhecemos. Isto significa que cerca de 9.200 espécies ainda não foram descobertas.

No geral, cerca de 43% de todas as espécies foram encontradas na América do Sul, seguida pela Eurásia (22%), África (16%), América do Norte (15%) e Oceania (11%), de acordo com o estudo.

Pelo menos metade e talvez até dois terços de todas as espécies conhecidas foram encontradas em florestas tropicais ou subtropicais em cinco continentes, estimam os investigadores.

Muitas das espécies ainda não identificadas devem, portanto, ser encontradas nessas regiões, onde há menos estudos realizados.

Além disso, os cientistas estimam que quase um terço das espécies do mundo são raras e, portanto, mais vulneráveis à ameaça de extinção.

Apenas 0,1% das espécies estão presentes nos cinco continentes, sendo que a América do Sul possui a maior proporção (49%) de espécies endémicas, ou seja, presentes apenas neste continente.

"Estes resultados destacam a vulnerabilidade da diversidade de espécies de árvores do mundo", escreveram os autores do estudo, particularmente diante do "uso antropocêntrico da Terra e do clima que poderá advir do futuro".

"Perder regiões de floresta com estas espécies raras terá um impacto direto e potencialmente de longo prazo na diversidade global de espécies e a sua contribuição para os serviços ecossistémicos", acrescentaram.