"É uma questão rotineira de troca de informação financeira entre a AUSTRAC (Australian Transaction Analysis and Reporting Centre) e a AFP (a Polícia Federal Australiana)", disseram as autoridades à agência espanhola Efe, que reconhecem estar a investigar “informações relevantes".

A Polícia Australiana também destacou que trabalha neste assunto em conjunto com a Comissão Independente Anticorrupção do Estado de Vitoria, onde Pell foi julgado.

Segundo a imprensa italiana, o cardeal italiano Angelo Becciu enviou 700 mil euros para uma conta bancária na Austrália, dinheiro que teria sido usado para subornar a testemunha que ajudou a condenar o cardeal George Pell, outrora considerado o número três no Vaticano.

Os advogados de Becciu, que em setembro foi forçado pelo Papa Francisco a renunciar ao cargo de prefeito da Congregação para as Causas dos Santos assim como aos Direitos como Cardeal, sustentam a inocência do seu cliente.

O cardeal italiano também é suspeito de peculato por enviar fundos do Vaticano para a cooperativa do seu irmão.

George Pell foi absolvido em abril da acusação de vários crimes de pedofilia pelo Supremo Tribunal depois de passar 13 meses na prisão.

No final de setembro, Pell viajou ao Vaticano pela primeira vez após o processo judicial e em 12 de outubro encontrou-se com o Papa Francisco.

O prelado deixou o Vaticano em julho de 2017 para enfrentar as acusações de pedofilia de que era alvo na Austrália. Na altura, o Papa concedeu ao cardeal “um período de licença para se defender contra as acusações”.

George Pell foi formalmente acusado do crime de abuso sexual de menores em 2017. A acusação remetia a 1996 e 1997, período em que o cardeal desempenhou a função de arcebispo de Melbourne.

O cardeal foi considerado culpado na primeira instância pelo Tribunal de Melbourne, em dezembro de 2018, e sentenciado a seis anos de prisão efetiva.

Pell foi transferido para um estabelecimento prisional em fevereiro do ano seguinte.

O prelado declarou-se inocente e considerou o crime de que foi acusado como “hediondo e intolerável”.

Em agosto de 2019, o Tribunal de Recursos do Estado de Vitoria confirmou a condenação e apenas um juiz, Mark Weinberg, discordou da decisão.

Em março deste ano, o caso chegou ao Supremo Tribunal da Austrália e os juízes admitiram o recurso de Pell com base nas motivações para a oposição do magistrado Mark Weinberg, que, segundo a mesma nota, baseou-se no “princípio de que uma pessoa não pode ser condenada se as provas não demonstrarem a sua culpa além de qualquer dúvida razoável”.

O cardeal australiano acabou absolvido de todas as acusações, por unanimidade, pelo coletivo de sete juízes.

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