A operação que a Guarda Nacional Republicana tem montada para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza em Lisboa na primeira semana de agosto e vai contar com a presença do líder da Igreja Católica, foi explicada aos jornalistas pelo comandante-geral da GNR, José Santos Correia, que hoje à tarde visitou a sede do Comité Organizador Local (COL) da JMJ, no Beato.
“No dia de maior esforço teremos 2.600 militares para a operação em Fátima”, disse o comandante-geral da GNR, explicando que diariamente há um determinado número de militares que está orientado para a operação da JMJ em vários pontos do país, que atinge o máximo quando o Papa visitar Fátima, a 5 de agosto.
A operação que a GNR está a montar para a JMJ, que vai de 22 de julho a 7 de agosto, é na perspetiva do maior evento realizado em Portugal, tendo em conta o número de pessoas.
José Santos Correia sublinhou que esta operação está a ser pensada em várias vertentes, designadamente o número de pessoas que vai entrar no país por via terrestre, a segurança dos cidadãos porque existirá “uma pressão muito grande em inúmeras localidades” e o grande fluxo de pessoas a utilizar as vias rodoviárias.
“A GNR decidiu implementar quatro operações, uma primeira operação diz respeito àquilo que é controlo seletivo nas fronteiras nos termos que vier a ser decidido pelo Governo, uma segunda operação associada à operação em Fátima, que vai ser alvo de uma grande pressão de pessoas, e uma operação orientada para a segurança das pessoas que vão circular nas estradas”, disse.
Para esta operação da JMJ, a GNR vai ter o apoio de militares de forças congéneres, nomeadamente para missões de visibilidade e patrulhamento de proximidade, estando por isso a corporação a contar com o apoio de militares de França, Espanha e Itália e outros países.
José Santos Correia não avançou com o número de militares de outros países envolvidos, sustentando que se está “numa fase de definição”.
Um dos trabalhos que vai ser feito em conjunto com outras forças é o controlo seletivo na fronteira terrestre com Espanha.
Durante a semana da JMJ, o controlo de fronteiras aéreas e marítimas vai ser reposto, mas não fechadas, como aconteceu durante os estados de emergência decretados no período da pandemia de covid-19.
“Este trabalho com as congéneres é feito em profundidade e o planeamento tem de ser iniciado além de Espanha”, disse, frisando que os critérios para o tipo de controlo nas fronteiras ainda aguardam decisão do Governo.
“A regra é cumprir as operações de forma contínua, iremos alocar os meios em função das necessidades. Para já o plano prevê diariamente para a operação em Fátima um número de militares que veem de várias partes do país”, disse, dando ainda conta que a GNR vai ter a responsabilidade nos acessos a Lisboa.
O comandante-geral da GNR considerou que a operação em Fátima será a mais difícil, uma vez que “onde há mais concentração de pessoas é sempre a mais complicada”, mas a corporação já realiza este policiamento há muitos anos e têm lições que retiraram de outras visitas do Papa.
José Santos Correia disse ainda que os meios que a GNR tem alocados aos incêndios florestais não vão ser desviados para esta operação da JMJ.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 1 e 6 de agosto em Lisboa, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
A edição deste ano contará com a presença do Papa Francisco, que estará em Portugal entre 2 e 6 de agosto.
A JMJ de Lisboa esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.
Comentários