A receção aos novos alunos do Instituto Politécnico de Leiria está a ser assinalada com um programa de atividades lúdicas, desportivas, culturais e solidárias, com o objetivo de facilitar o processo de integração na cidade e na comunidade estudantil.
O programa deste ano foi elaborado em conjunto com a Câmara de Leiria e inclui, além da serenata e do batismo, atividades como "Pintar Leiria", "Dia Mundial do Idoso", o apoio a provas de desporto com cariz solidário e várias visitas gratuitas a espaços culturais leirienses, proporcionadas pelo Município de forma a aprofundar a ligação destes estudantes a Leiria.
A cada estudante é entregue um panfleto, que evidencia os direitos (e deveres) dos caloiros. O documento informa que só é praxado quem quer, a praxe nunca deve pôr em causa a integridade física, psicológica ou moral e se houver abusos deverá reportá-lo.
"Qualquer aluno que recusar, não tem qualquer tipo de problema. A praxe é integração, é para ajudar a um conhecimento entre os alunos. É um grupo de alunos que se une num único sentido: manter a tradição e viver um espírito académico", sublinha Miguel Góis, representante da Ordem D. Dinis, uma espécie de conselho que rege a praxe.
Segundo este estudante, o IPL sempre teve praxes saudáveis. "Queremos mostrar à cidade o que é a praxe e por isso fazemos atividades como a serenata. No ano passado já respondemos ao desafio de pintar as paredes vandalizadas do centro histórico e este ano vamos repetir”.
Haverá ainda um dia dedicado ao voluntariado ao idoso, que ficará mais à responsabilidade dos cursos da Escola Superior de Saúde, visitas culturais, participação no ‘fun run’ e numa maratona e em ações de sensibilização rodoviária.
Miguel Góis garante que nas escolas do IPL não há praxes violentas ou humilhantes: "Cada escola tem a sua comissão de praxe e os caloiros podem tirar qualquer dúvida junto deste órgão".
Além disso, antes das praxes há sessões de esclarecimento para encarregados de educação e alunos.
"Existem muitos estudantes que nas praxes colaboram com os recém-chegados na procura de alojamento, no conhecimento da cidade e dos seus recursos e na sua integração na escola e no curso", referiu o presidente do IPL, Nuno Mangas.
Afirmando que o Politécnico não tem qualquer papel ativo de apoio às praxes, Nuno Mangas acrescentou que esta tradição não é proibida e até está regulamentada.
Todos os anos a direção do instituto reúne com os representantes dos estudantes de forma a sensibilizá-los "para a necessidade de se promoverem praxes que sejam verdadeiramente integradoras dos novos estudantes e que garantam o respeito pela sua integridade física e moral".
Também a vereadora da Câmara de Leiria Anabela Graça considera que as "praxes académicas são interação social e podem servir como uma forma de integração válida se forem conduzidas com absoluto respeito pela dignidade e integridade física de todos os envolvidos".
Foi com o objetivo de "estimular os jovens estudantes desde cedo a valorizarem o seu papel de cidadão na sociedade de Leiria" que o Município se associou à receção ao caloiro.
"Acreditamos que esta ação contribuirá de forma positiva para a sua formação pessoal e cívica, para ficarem a gostar de Leiria e, deste modo, aumentarmos a probabilidade de fixar os jovens depois de qualificados", rematou Anabela Graça.
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