Desde segunda-feira, o SAPO24 tem estado a acompanhar ao minuto a evolução dos incêndios em Portugal continental. Veja aqui os principais pontos neste momento.

O que ardeu?

O “complexo de incêndios” que integra os três maiores fogos rurais a lavrar desde segunda-feira entre a Área Metropolitana do Porto e a região de Aveiro atingiu até ao início da noite 10 mil hectares.

Segundo o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, há ainda um "potencial estimado de 30 mil hectares que podem arder".

Quantos meios no terreno?

Mais de cinco mil operacionais combatiam esta madrugada 107 focos ativos em Portugal Continental, apoiados por mais de 1.500 veículos, de acordo com a informação disponível no portal da ANEPC às 06:00.

O incêndio que atualmente mais preocupa a Proteção Civil é aquele que começou, ainda no domingo, em Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, onde 364 operacionais estão no terreno com o apoio de 118 meios terrestres.

Ainda no distrito de Aveiro, em Albergaria-a-Velha, 451 operacionais combatiam outro incêndio, apoiados por 141 veículos.

No vizinho distrito de Viseu, um incêndio em Folhadal, em Nelas, concentra atualmente 306 operacionais e 82 meios terrestres.

Na região de Coimbra, em Torres de Mondego e Carvalhosas estão a combater os fogos 305 operacionais apoiados por 101 veículos.

Sobre os meios aéreos, André Fernandes adiantou que dos oito aviões Canadair disponibilizados a Portugal ao abrigo do mecanismo europeu de solidariedade, as duas aeronaves de Espanha já estiveram hoje no combate ao incêndio de Sever do Vouga, tendo efetuado 20 descargas.

Os aviões de França e Itália deverão estar operacionais a partir da tarde de terça-feira e os dois aviões gregos só devem chegar ao final desse dia, só ficando disponíveis para o combate aos fogos na quarta-feira. Acrescentou que serão utilizados “onde, obviamente, forem necessários e tiverem também a capacidade de operar”.

Quantos mortos e feridos?

quatro mortes a registar nos fogos. Entre sexta-feira e hoje, há também registo de dois feridos graves (bombeiros que sofreram queimaduras no fogo de Oliveira de Azeméis), 33 feridos ligeiros e seis pessoas assistidas nos locais.

E pessoas retiradas de casa?

Em diferentes concelhos, pelo menos 60 pessoas foram retiradas de casas e outros espaços, mas na generalidade têm colaborado nas evacuações e, entretanto, “têm voltado”. Um hotel e um centro social foram evacuados devido às chamas em Oliveira de Azeméis, estando já novamente em funcionamento.

Os danos estão ainda a ser apurados, mas as chamas atingiram também, em diferentes municípios, mais de 20 habitações, uma casa de turismo rural, anexos, um armazém, uma exploração pecuária e equipamentos industriais.

Há 25 habitações atingidas pelas chamas, duas em Ave, uma em Sever do Vouga e 21 em Albergaria-a-Velha, onde também ardeu um turismo rural.

Quais as estradas cortadas? 

Ao nível do corte de estradas, havia já ao início da noite “alguma normalização”, com a manutenção de cortes nas autoestradas A25, A1 e A13, nos dois sentidos, na A25 no nó de Angeja/Reigoso, na A1, no nó de Coimbra norte e na A13 em Coimbra.

Veja aqui toda a informação sobre percursos alternativos.

O país está em alerta? 

O Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até ao final do dia de quinta-feira, face às previsões meteorológicas.

A declaração de situação de alerta decorre da elevação do estado de alerta especial do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS) e da necessidade de adotar medidas preventivas e especiais de reação face ao risco de incêndio máximo, muito elevado e elevado, previsto pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em grande parte do território continental.

A situação de alerta implica várias medidas excecionais, como a proibição do acesso e circulação em vários espaços florestais ou a proibição da realização de queimadas e de trabalhos em florestas com recurso a maquinaria (com exceção para as situações de combate a incêndios rurais).

O que fazer em caso de emergência durante a noite?

  • Caso aviste um incêndio ainda não identificado, deve ligar para o 112;
  • Se estiver numa zona próxima dos incêndios ativos, deve informar-se sobre os caminhos de evacuação e os locais de abrigo ou refúgio coletivo da zona onde habita, para conseguir ter uma ação mais rápida em caso de proximidade do fogo;
  • Um incêndio rural envolve risco para as pessoas, pelo que deve obedecer às indicações dadas pelas autoridades e tentar prejudicar a ação dos bombeiros;
  • Se não correr perigo e tiver vestuário adequado (roupa de manga comprida, botas e luvas), tente extinguir o incêndios com pás, enxadas ou ramos;
  • Se o incêndio estiver perto da sua casa, avise os vizinhos, corte o gás e molhe as paredes, as telhas e os arbustos próximos;
  • Se o fogo se aproximar, afaste o que possa arder junto às janelas e coloque toalhas molhadas nas frestas;
  • Em caso de evacuação iminente, deverá manter os documentos mais importantes do agregado familiar, bem como o boletim sanitário dos animais de estimação, em local seguro e de fácil acesso para serem transportados;
  • Deve ter também um kit preparado com alguns bens essenciais: medicamentos, água, estojo de primeiros socorros, comida não perecível, dinheiro, muda de roupa, lanterna, apito e telemóvel com bateria.

Quais as medidas em caso de exposição ao fumo dos incêndios? 

A Direção-Geral da Saúde (DGS) fez hoje recomendações sobre o que fazer em situação de inalação de fumos dos incêndios.

Com o alerta de risco de incêndio a vigorar, a Direção-Geral da Saúde avisa que “a inalação de fumos ou de substâncias irritantes químicas, e o calor podem provocar danos nas vias respiratórias”.

  • Evitar a exposição ao fumo “é a forma mais efetiva de prevenir danos”;
  • Perante a situação de inalação de fumos, a DGS recomenda retirar a pessoa do local e evitar que respire o fumo ou esteja exposta ao calor;
  • Verificar se a pessoa apresenta “sinais de alarme”, queimaduras faciais, sinais de dificuldade respiratória e alteração do estado de consciência;
  • Em caso de necessidade ou para mais informações, ligar para o SNS24 (808 24 24 24) e em situação de emergência para o 112;
  • Ingerir leite em caso de intoxicação por fumo é um mito. “Não vem descrito em artigos científicos a sua utilidade. O leite não é um antídoto do monóxido de carbono”, realça ainda a DGS.