A Oxfam Intermón sublinhou que há mais de 300 mil pessoas presas no norte de Gaza, sem possibilidade de abandonar a zona, enquanto Israel continua a guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas.
A população do norte de Gaza tem sido obrigada a sobreviver com uma média de 245 calorias por dia, equivalente a menos do que 100 gramas de pão e menos de 12% das 2.100 quilocalorias necessárias, indicou em comunicado.
A ONG destacou que o total de alimentos autorizados desde outubro a entrar em Gaza para toda a população do enclave (2,2 milhões de pessoas) representa em média apenas 41% das calorias diárias que uma pessoa necessita.
Atualmente, Israel está a permitir a entrada em Gaza de, em média, 105 camiões com alimentos por dia, mas a ONG estimou que seriam necessários um mínimo de 221 camiões.
Quase toda a população do território está a passar fome extrema, com 1,1 milhões de pessoas a experimentar níveis catastróficos de insegurança alimentar, alertou.
A Oxfam Intermón, com sede em Barcelona (nordeste de Espanha), indicou que algumas crianças já morreram de fome e que é atualmente impossível encontrar em Gaza produtos para tratar a desnutrição em menores.
Na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que pelo menos 27 crianças morreram de desnutrição na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelita contra o Hamas, em outubro.
“Este número aumentará se não houver um cessar-fogo imediato e a segurança não for garantida para aumentar a ajuda”, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X (antigo Twitter).
Os efeitos da fome são agravados pela destruição de infraestruturas civis por parte de Israel, como hospitais, centros de saúde comunitários ou serviços de saneamento e abastecimento de água, deixando a população ainda mais vulnerável, acrescentou a ONG.
O diretor geral da Oxfam Intermón acusou Israel de “submeter deliberadamente a população civil [de Gaza] à fome” e de ignorar “as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e do Tribunal Internacional de Justiça para evitar um genocídio”.
“Israel não pode continuar a usar a fome como arma de guerra”, acrescentou Franc Cortada.
A ONG exigiu “um cessar-fogo permanente”, pediu aos países que parem de fornecer armas a Israel e às autoridades israelitas que garantam “acesso humanitário total” à Faixa de Gaza.
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