Esta posição foi transmitida por Marcelo Rebelo de Sousa num discurso que proferiu em inglês, no final de uma visita ao Imperial College de Londres, após o discurso do ministro da Educação do Reino Unido, Nadhim Zahawi. e do reitor deste estabelecimento de Ensino Superior, Francisco Veloso.
Dirigindo-se ao ministro britânico, o Presidente da República agradeceu que tivesse participado na sessão “a um sábado” e manifestou-se contente por saber que o membro do executivo de Boris Johnson é um fã do Manchester United de Cristiano Ronaldo e Bruno Fernandes.
“Mas quero dizer-lhe que enviámos não apenas um, mas várias centena de Cristianos Ronaldos para a vossa comunidade científica. Enviámos muitos e estou certo de que parte deles vai ajudar-vos muito. Eles estão entre os melhores dos nossos melhores”, completou o chefe de Estado, ainda na mesma mensagem destinada ao ministro da Educação do Reino Unido.
O Imperial College of London é especializado em engenharias, ciências naturais, medicina e economia, estando na lista das melhores universidades do mundo em termos de investigação científica.
Atualmente conta com 155 estudantes e mais de 100 professores e investigadores portugueses, mas pela instituição já passaram mais de 1200 portugueses, dos quais quase 600 estão atualmente em Portugal.
Entre os antigos alunos estão o ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal Manuel Heitor, que completou um doutoramento em Engenharia Mecânica em Londres.
Na universidade destaca-se o reitor da Imperial College Business School, Francisco Veloso, recrutado em 2017 da Católica Lisbon School of Business and Economics e especialista em Inovação e Empreendedorismo.
Antes, nesta sessão o ministro da Educação do Reino Unido tinha falado sobre a longa e histórica aliança luso-britânica e sobre o Tratado de Tagilde entre Portugal e a Inglaterra, que faz 650 anos em 2022.
O Presidente da República comentou a seguir que, na realidade, “há uma razão profunda que explica essa longa aliança” entre os dois países.
“A aliança [luso-britânica] foi muito importante para a independência de Portugal no século XIV, depois novamente no século XVII. Mas a nossa aliança não é passado e tem um passaporte para o futuro”, sustentou, antes de apontar para os jovens investigadores presentes na sessão.
“Aqui está o futuro da nossa aliança. Eles estão a construir o futuro da nossa aliança”, insistiu o chefe de Estado, referindo-se, depois, à atual conjuntura internacional.
“Esta aliança entre Portugal e o Reino Unido é muito importante no presente, sobretudo neste momento tão difícil da nossa História em que é tão importante confiar em alguém e em que é tão importante ter a certeza que alguém confia em nós. É este o caso”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa, dizendo que estava a falar dos pontos de vista “político, estratégico, militar, económico e financeiro”.
No seu breve discurso, o Presidente da República elogiou ainda “a forte comunidade” britânica residente em Portugal.
Depois, voltou a dirigir-se aos estudantes e investigadores portugueses: “Queridos compatriotas, vocês são mesmo muito bons, não só porque são portugueses – claro que isso importa -, mas também porque vivem numa grande potência. O Reino Unido é uma grande potência e será sempre. Mas nós também somos um poder global, embora de forma diferente”, acrescentou.
Na sua intervenção, o ministro britânico reconheceu que os “estudantes internacionais trazem novas ideias e novas perspetivas para um país anfitrião como o nosso".
"O Ensino Superior internacional é uma das nossas prioridades enquanto Governo, e sei que é uma prioridade igualmente para o governo português. E estou extremamente orgulhoso por quase 2000 portugueses trabalharem atualmente no ecossistema do Ensino Superior do Reino Unido, e existirem mais de 8400 estudantes portugueses a estudar aqui no Reino Unido”, assinalou.
Esta renovada relação bilateral, vincou, "surge numa altura em que nunca foi tão importante que os países se unam em solidariedade e amizade para que possamos resolver desafios juntos de forma construtiva, e espero que pacificamente, no nosso continente europeu”.
Segundo Zawahi, o Reino Unido atingiu uma década antes a meta de atrair pelo menos 600.000 estudantes internacionais por ano até 2030, tendo registado 605.000 alunos em universidades britânicas no ano letivo em 2020-21.
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