As razões são quase tantas como as reuniões já agendadas com a Portugal Film Comission só para hoje. Dos dias de sol, aos bons preços e boa comida, passando pela variedade de localizações, são dez os motivos apontados por Manuel Claro, em frente a uma plateia de quase trinta pessoas.
“Portugal é feito de pessoas fortes e resilientes”, argumenta o comissário da Portugal Film Comission em inglês. “Quando conhecerem o nosso país vão amar-nos”, continua, usando o ‘slogan’ da campanha “can’t skip filming in Portugal”.
O incentivo à produção e captação de filmagens em Portugal, criado em 2018, que oferece até 30% do valor dos projetos aos promotores, já atraiu 46 produções.
“Isto significa um investimento no país, por via destes projetos, na ordem dos 55 milhões de euros e é algo que nos deixa otimistas para o futuro”, revelou Manuel Claro, em declarações à agência Lusa.
“Portugal, há um par de anos, não estava no radar e neste momento está no radar de todos. Isso não significa que se vá filmar amanhã, mas as pessoas já sabem o que estamos a oferecer e isso, a médio e longo prazo, vai trazer possibilidades de coprodução e produções para o país”, sublinhou.
Entre os filmes que beneficiaram do ‘cash rebate’ estão “Frankie”, realizado pelo norte-americano Ira Sachs, “Patrick”, a primeira longa-metragem de Gonçalo Waddington, e “The Domain”, de Tiago Guedes.
A Portugal Film Comission, criada em junho de 2019, participa pela primeira vez na Berlinale. “Achámos que era uma aposta que deveríamos fazer porque consideramos que as iniciativas do European Film Market são normalmente de grande qualidade, e que têm impacto”, considerou.
“Os primeiros meses são sempre muito difíceis, de preparação, de construção da equipa e tudo isso demora um bocadinho. O balanço terá de ser positivo, tivemos bastante presença internacional e este ano vamos fazer um reforço. A Berlinale está a correr bem para nós, estamos otimistas em relação ao futuro e às produções que, mais tarde ou mais cedo, chegarão a Portugal”, frisou o comissário da Portugal Film Comission.
Sem querer adiantar pormenores, Manuel Claro indica existirem “várias produções de uma dimensão considerável” que estão a abordar a Portugal Film Comission.
“Tentamos atingir tudo, mas depois teremos de afinar melhor a pontaria. Há muitos mercados que ainda estamos a testar. Em março estaremos pela primeira vez na Índia, em Bombaim, iremos ter uma ‘stand’ na Coreia do Sul, vamos reiterar a aposta em Toronto, porque no ano passado correu muito bem (…). Há mercados que estamos a testar e outros que sabemos que temos de ser muito resilientes, como o asiático”, exemplificou.
A Berlinale termina a 1 de março.
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