Estes números constam de um relatório sobre o envolvimento dos contingentes militares portugueses no estrangeiro relativo ao primeiro semestre de 2022, elaborado pela Direção-Geral de Política de Defesa Nacional, discutido esta tarde na Comissão de Defesa da Assembleia da República e ao qual a Lusa teve acesso.

No documento lê-se que “ao longo do primeiro semestre de 2022, Portugal participou com 1.543 elementos em missões internacionais, incluindo os efetivos da Autoridade Marítima-Polícia Marítima empenhados no quadro da UE-FRONTEX”.

“A participação mais significativa do total nacional, e do ponto de vista dos efetivos empenhados, ocorreu na NATO (54%), fruto do reforço no flanco leste europeu, e a participação nas missões das iniciativas ‘Tailored Forward Presence’ e ‘enhanced Vigilance Activity’ na Roménia, e as ‘Assurance Measures’ na Lituânia”, é destacado.

No que toca a “maiores contributos”, o relatório realça a participação na missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA), no âmbito da ONU, e na missão de treino da União Europeia em Moçambique.

Na parte do relatório sobre a presença militar na “fronteira leste”, é salientado que “a invasão da Ucrânia e a identificação da Rússia como uma ameaça permanente para os países geograficamente mais próximos vem influenciar a postura de dissuasão e defesa da NATO”.

“O reforço já concretizado da presença dos Aliados nos países do flanco Leste – além dos países bálticos, nomeadamente Eslováquia, Hungria, na Roménia e na Bulgária – será seguramente prolongado no tempo, podendo mesmo vir a ser assumido o seu caráter permanente”, é frisado.

Os deputados analisaram esta terça-feira um outro relatório da Direção-Geral de Política de Defesa Nacional relativo ao “envolvimento de militares portugueses no exterior no 3.º trimestre de 2022”.

Neste texto é apenas adiantado que neste período “Portugal participou com uma média por mês de 718 elementos em missões internacionais”.

Em termos do envolvimento de militares nas diversas organizações internacionais, 40% estiveram empenhados em missões da NATO, 29% da Organização das Nações Unidas (ONU), 23% em missões da União Europeia e FRONTEX e em missões de nível bilateral ou multilateral, 7%.

“No que diz respeito às áreas geográficas em que se verifica a participação de Portugal destaca-se a pegada no triângulo africano República Centro Africana (RCA) – Moçambique – Golfo de Áden (49%) e no Leste Europeu (40%)”, é destacado.

O relatório adianta que no Mediterrâneo a presença portuguesa neste período temporal foi de 7%, na região do Golfo da Guiné/Costa Ocidental também 7% e no Atlântico menos de 1%.

No quadro da Cooperação no Domínio da Defesa, “o empenhamento foi de 76 elementos e a formação disponibilizada em Portugal envolveu 60 formandos”.

No que toca ao contributo dos ramos, “o Exército continua a ter a participação mais significativa em termos do número total de elementos empenhados, registando uma média mensal de 490 militares (Roménia e RCA), seguidos da Marinha (Força de fuzileiros na Lituânia)”.

Quanto à distribuição por género, é destacada a “continuidade da tendência crescente de participação de elementos do sexo feminino”, sendo o Exército o ramo no qual esse contributo é maior “(média de 41 elementos por mês) face ao sexo masculino (média de 453 elementos por mês)”.

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