“Estamos perante uma emergência humanitária. É absolutamente essencial que haja mais capacidade para que a ajuda possa entrar em Gaza, a fim de aliviar o sofrimento humano” daquela população, defendeu hoje o chefe da diplomacia portuguesa, no final de um encontro com o seu homólogo egípcio, Sameh Shoukry, no âmbito de uma visita conjunta que realizou ao Médio Oriente com a ministra dos Negócios Estrangeiros eslovena, Tanja Fajon.
Gomes Cravinho defendeu a necessidade de “alargar o número de pontos de entrada”.
“Neste momento, tudo entra pela passagem de Rafah [sul da Faixa, na fronteira com o Egito], que é uma passagem prioritariamente destinada veículos ligeiros, enquanto ao lado há outras possibilidades já preparadas, para mercadoria, com muito maior escala”, indicou.
“Fazemos esse apelo, sobretudo a Israel, que tem a chave da questão, que permita mais acesso humanitário, porque a população de Gaza – aqueles que sobreviveram, porque houve muitos mortos – está atualmente numa situação de penúria. Está a aproximar-se o inverno, há necessidade absoluta de garantir condições de vida minimamente condignas à população de Gaza”, sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa.
Quando se cumpre o segundo dia de trégua nos combates na Faixa de Gaza, acordada entre Israel e o grupo palestiniano Hamas, entram cerca de 200 camiões por dia no território.
“Contudo, precisamos de muito mais, porque nas últimas semanas a população de Gaza tem tido pouquíssimo acesso à ajuda humanitária”, comentou, reiterando a necessidade de prolongar o cessar-fogo, atualmente com uma duração prevista de quatro dias.
Gomes Cravinho insistiu ainda num “ponto consensual” a nível da União Europeia: “É fundamental que a população de Gaza não seja forçada a sair de Gaza, não deve haver deslocação da população para fora de Gaza”, sublinhou.
A deslocação dos dois ministros europeus ao Egito incluiu ainda um encontro com o Presidente Abdel Fattah el-Sisi, culminando uma visita de dois dias que passou antes por Israel, Palestina e Jordânia.
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