Pela negativa, Portugal destaca-se dos outros Estados-membros nas áreas da educação e conhecimento, mostrando as estatísticas que, por exemplo, mais de metade dos empregadores (54,6%) não frequentou o ensino secundário ou superior (UE 16,6%).
Os dados mostram ainda que quase metade (43,3%) dos trabalhadores por conta de outrem também não tem escolaridade para além do 9.º ano (UE 16,7%).
Nestes dois campos, não só Portugal está muito acima da média da UE como ocupa o lugar cimeiro entre os 28 Estados-membros.
Nos extremos opostos estão, respetivamente a Polónia, onde só 1% dos empregadores não frequentaram o ensino secundário ou superior, e a Lituânia com 3,5% de trabalhadores sem estes níveis de escolaridade.
“A educação é uma área em que temos evoluído, mas ainda não estamos lá. Há ainda muito caminho a fazer”, disse a responsável da Pordata à Lusa.
Pela positiva, Maria João Valente Rosa escolhe o indicador da mortalidade infantil: em 1961, Portugal tinha a taxa mais elevada (89 por mil) e em 2017 apresentava 3,2 mortes de crianças com menos de um ano por cada mil nascimentos, uma média abaixo da da UE (3,6 por mil).
O nível de mortalidade infantil, salienta a responsável da Pordata, é um indicador do desenvolvimento e das condições de vida, revelando não só os avanços médicos, mas também sociais.
O livro da Pordata é uma compilação de dados estatísticos do Eurostat é “uma visão panorâmica e simples da realidade portuguesa em relação aos outros países da Europa”, adiantou.
“Os factos são o melhor espelho da sociedade em que vivemos”, salientou Maria João Valente Rosa.
A sexta edição do “Retrato de Portugal na Europa”, é apresentada hoje em Bruxelas, no mesmo dia em que a Fundação Francisco Manuel dos Santos - que a Pordata integra - recebe, no Parlamento Europeu, o prémio de Cidadão Europeu.
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