“A Universidade de Évora congratula-se com a justa atribuição do Prémio Pessoa 2018 ao professor Miguel Bastos Araújo, investigador-coordenador convidado da UÉ desde 2009 e um dos cientistas portugueses mais destacados da atualidade”, pode ler-se num comunicado da academia enviado à agência Lusa.
Segundo a reitora da UÉ, Ana Costa Freitas, citada no comunicado, a atribuição do prémio, “além de ser evidentemente justa”, também “reconhece a importância do cientista” e “a relevância da área científica Alterações Climáticas e Biodiversidade no mundo atual”.
A reitora frisou que foi “por estes motivos que a UÉ propôs a candidatura” de Miguel Bastos Araújo ao Prémio Pessoa e que, agora, “é com orgulho que vê esta distinção ser atribuída” ao investigador, ao qual endereçou os parabéns.
A atribuição do Prémio Pessoa 2018 ao geógrafo Miguel Bastos Araújo foi hoje anunciada pelo presidente do júri, Francisco Pinto Balsemão, no Palácio de Seteais, em Sintra.
Miguel Bastos Araújo licenciou-se em Geografia, na Universidade Nova de Lisboa, em 1994, e, na University College London (Inglaterra), obteve o mestrado em Conservação, em 1996, e o doutoramento em Geografia, em 2000.
Na Universidade de Évora, o investigador é titular da Cátedra Rui Nabeiro de Biodiversidade, “a primeira cátedra financiada com fundos privados em Portugal”, e é diretor do Polo de Évora do Laboratório Associado InBIO.
Miguel Bastos Araújo é “internacionalmente reconhecido como líder científico em biogeografia, macroecologia e modelação ecológica, tendo-se destacado pela originalidade e impacto da sua investigação nas áreas da biodiversidade e das alterações climáticas globais”, realçou a UÉ.
Segundo a universidade, um artigo recentemente aceite pela revista “Science Advances”, da autoria de Bastos Araújo e de outros investigadores, “culmina 20 anos de trabalho com a proposta de ‘standards’ para modelos de biodiversidade em processos de decisão política”.
“A utilização de ‘standards’ é prática corrente em medicina e engenharia, onde os erros decorrentes de uma deficiente ou anómala utilização de dados e/ou procedimentos podem ter consequências dramáticas para a saúde e integridade de vidas humanas”, mas “a sua utilização nas ciências do ambiente é, pela primeira vez, alvo de proposta pelo professor Bastos Araújo e pela sua equipa de colaboradores”, sublinhou.
A “missão científica” do investigador, explicou ainda a UÉ, passa por “reforçar as bases científicas da política de ambiente na área da biodiversidade”, pelo que “tem procurado desenvolver mecanismos de gestão e de redução da incerteza e contribuído significativamente” para aprofundar o conhecimento dos impactos “das alterações ambientais globais na distribuição das espécies e dos serviços ambientais proporcionados pelos ecossistemas”.
O “mérito científico” das suas contribuições “é amplamente reconhecido”, sendo prova disso os “diversos prémios internacionais que obteve nos últimos cinco anos”, o mais recente deles o Ernst Haeckel Prize 2019, atribuído pela primeira vez a um português pela European Ecological Federation.
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